A 23ª cimeira de chefes de Estado e de governo da União Africana (UA), que decorre na quinta-feira e na sexta-feira em Malabo, capital da Guiné Equatorial, tem como tema central "Agricultura e Segurança Alimentar".
"A agricultura e a segurança alimentar são uma prioridade para África. Se atuarmos corretamente, existe potencial para nos ajudar a erradicar a pobreza e a fome numa geração e também para contribuir para a industrialização do continente" no que se refere ao processo agrícola, declarou a presidente da Comissão da UA, Nkosazana Dlamini Zuma, na abertura da reunião de chefes de diplomacia que antecedeu a cimeira.
A responsável defendeu a análise de "ações específicas" entre os países e regiões do continente para estimular negócios no setor da agricultura, bem como "a renovação dos esforços na irrigação, no desenvolvimento de sementes, (...) nos mercados, infraestruturas e comércio".
Duplicar a produtividade no setor, conseguir um crescimento anual sustentado do produto interno bruto agrícola de pelo menos seis por cento e criar oportunidades de emprego na agricultura para 30 por cento dos jovens são objetivos indicados pela UA.
A cimeira deve adotar uma Declaração sobre Crescimento da Agricultura e Objetivos até 2025.
Os chefes de Estado e de Governo da UA deverão ainda analisar propostas de alterações em órgãos como o Parlamento Panafricano e o Tribunal Africano dos Direitos Humanos e dos Povos e discutir o projeto de estatutos do Fundo Monetário Africano.
As situações de guerra na República Centro Africana e no Sudão do Sul e os atos de terrorismo na Nigéria e no Quénia são outros dos assuntos a abordar.
Entre os participantes na reunião encontram-se os presidentes de Cabo Verde, Jorge Borges, de São Tomé, Manuel Pinto da Costa, e da Guiné-Bissau, José Mário Vaz.
Bissau foi readmitido na UA a semana passada, depois de ter estado suspenso devido ao golpe de Estado de abril de 2012 e na sequência de eleições que marcaram o regresso à normalidade constitucional.
Dos restantes países lusófonos, Angola é representada pelo vice-presidente, Manuel Vicente, e Moçambique pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Oldemiro Baloi.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e Mariano Rajoy, primeiro-ministro de Espanha, a antiga potência colonial da Guiné Equatorial, estarão igualmente presentes na cimeira de Malabo.
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