O dirigente político guineense e candidato a deputado Mário Fambé, sequestrado por homens armados em Bissau, estará detido nas instalações das Forças Armadas, disse à Lusa fonte do Partido da Renovação Social (PRS).
Segundo a mesma fonte, Fambé terá sido colocado numa prisão do Estado-Maior General das Forças Armadas (quartel-general da Amura) para onde terá sido levado na quarta-feira à noite, mas os motivos da detenção continuam por apurar.
A direção do partido tem estado em contacto com os representantes das organizações internacionais sediadas em Bissau e reuniu-se na quinta-feira com o representante das Nações Unidas no país, José Ramos-Horta, e com Ussumane Cissé, responsável pela missão da Comunidade Económica dos Estados da Africa Ocidental (CEDEAO).
Os dois responsáveis prometeram tomar providências junto das autoridades políticas, acrescentou.
A fonte do partido a que pertence Mário Fambé disse ainda que a situação do político "é grave e preocupante" uma vez que há relatos de que terá sido algemado e agredido no momento da detenção.
Contactado pela agência Lusa, o Estado-Maior General das Forças Armadas não presta informações sobre o assunto.
O sequestro foi denunciado na quinta-feira por Abel Incada, candidato do PRS à Presidência da República, que se queixou de outros candidatos do partido estarem a ser perseguidos.
O representante das Nações Unidas em Bissau, Ramos-Horta, já classificou a situação como "totalmente inaceitável" e avisou que a organização não vai tolerar qualquer atitude intimidatória "de quem quer que seja" contra políticos durante a campanha eleitoral - que arranca no sábado.
As eleições gerais (presidenciais e legislativas) estão marcadas para 13 de Abril.
O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Luís Vaz Martins, disse também à Lusa que "forças ocultas" querem "mais uma vez" desestabilizar o processo eleitoral na Guiné-Bissau, tal como aconteceu com o golpe de Estado de 2012.
Lusa / NGB
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