Bissau, (Lusa) - O representante especial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para acompanhar as eleições na Guiné-Bissau, Carlos Moura, defendeu hoje em entrevista à Lusa que a organização deve abrir uma representação permanente no país.
"É importante do ponto de vista do diálogo, de uma concertação diplomática, política entre os Estados-membros" e importante também "para uma aproximação ainda maior entre a CPLP e a sociedade", referiu o diplomata brasileiro.
"Esses laços precisam cada vez mais de ser estreitados e uma representação aqui pode muito bem ter esse papel", destacou.
Carlos Moura chefiou a Representação Temporária da CPLP em Bissau, entre 2004 e 2006, tendo o seu trabalho sido reconhecido pela Declaração de Apreço adotada pelo XI Conselho de Ministros da CPLP, realizado em 2006, em Bissau.
Regressou em janeiro para acompanhar o processo eleitoral, com votação marcada para 13 de abril e em que a Guiné-Bissau vai escolher um novo Governo e Presidente, depois do golpe de Estado de abril de 2012.
A missão de Carlos Moura vai durar até junho e um dos pontos na agenda consiste em avaliar se o país deve receber um escritório permanente da CPLP.
O representante da organização respondeu desde já afirmativamente e disse à Lusa que "da parte dos países membros também há essa determinação".
Na prática, uma futura presença fixa da CPLP em Bissau pode servir como "catalisador" da cooperação com a Guiné-Bissau, sem "interferir" na autonomia política com que cada país decide como intervir, detalhou.
Além disso, a organização já hoje serve de ponte para o diálogo: o diplomata exemplificou com a agenda que hoje tem pela frente e que inclui encontros com representantes de associações ligadas aos direitos humanos na Guiné-Bissau e com candidatos às eleições de 13 de abril.
No rol de candidaturas, Carlos Moura acredita que há "gente nova", uma geração que incute uma esperança de renovação.
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