Bissau - O Movimento Nacional de Sociedade Civil para a Paz, Democracia e Desenvolvimento (MNSCPDD), considerou de inadequado o conteúdo das recentes declarações do director do Gabinete do Chefe do Estado Major-general das Forças Armadas e Porta-voz das Forças Armadas guineenses, Daba Na Walna.
Em comunicado de imprensa, tornado publico a 11 de Abril, o MNSCPDD referiu que estas declarações se traduzem numa avaliação substancial da governação política e do estado da cooperação técnico-militar entre a Guiné-Bissau e a Republica de Angola, fruto da vontade dos dois órgãos de soberania.
«Esta posição revela, mais uma vez, a insubordinação das Forças Armadas ao poder político, o que contraria os ideais subjacentes às reformas em curso nas Forças de Defesa e Segurança da Guiné-Bissau», refere o comunicado.
Neste sentido, a Sociedade Civil guineense lembra que o princípio da subordinação das Forças Armadas ao poder político pressupõe que não sejam instrumentos do Governo nem dos partidos políticos, de interesse económico e social.
«As Forças Armadas devem respeitar e cumprir, dentro do quadro legal, as políticas e acordos emanados pelos órgãos competentes», disse o MNSCPDD.
A organização informou ainda que os princípios de subordinação competem única e exclusivamente aos órgãos políticos e definição da política de Defesa Nacional e avaliação das cooperações externas da Guiné-Bissau.
«As instituições militares estão vedadas das possibilidades de emitir publicamente quaisquer juízos de valor sobre aspectos de natureza puramente política, mesmo incidindo sobre assuntos da Defesa Nacional», explicou a Sociedade Civil guineense.
Perante esta situação, o MNSCPDD condenou as declarações proferidas a 9 de Abril, por Daba Na Walna, em nome do Estado Major-general das Forças Armadas, relativamente à «expulsão» da Missão Angolana de Apoio ao Processo de Reformas nos Sectores de Defesa e Segurança - MISSANG, apelando aos militares o respeito para com as instituições da república.
No comunicado, a Sociedade Civil denunciou atitudes que classificou como «cobardes e intimidatórias», traduzidas em ameaças de morte através de SMS, a qual foi enviada aos dirigentes da Sociedades Civil.
«Exortar as Forças de Defesa no sentido de se manterem neutras e equidistantes em relação à disputa política em curso no país», apelou a Sociedade Civil.
Perante esta situação, o MNSCPDD agendou uma grande marcha pacífica com a finalidade de defender os valores democráticos, a Paz, a democracia.
Sumba Nansil
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