Lisboa - Em entrevista à PNN Henrique Rosa, candidato independente às eleições presidenciais na Guiné Bissau a 18 Março, denunciou «a fraude generalizada» juntamente com os candidatos Manuel Serifo Nhamadjo, Antonio Afonso Te, Serifo Balde que apoiaram a «decisão individual» de Kumba Yala em não participar na segunda volta eleitoral face a Carlos Gomes Júnior, provocando uma nova crise politica na Guiné-Bissau.
«O processo eleitoral passou-se muito mal», disse Henrique Rosa à PNN. «A primeira anomalia foi por não ter sido efectuada um recenseamento eleitoral, impedindo milhares de jovens de votarem».
Segundo Henrique Rosa o candidato Carlos Gomes Júnior teria «utilizado abusivamente de meios materiais e humanos do Estado para a sua campanha» e afirma que a «comunicação social pública foi utilizada de forma quase privada» a favor do ex primeiro-ministro candidato às presidenciais. Henrique Rosa afirma também que durante o processo eleitoral «funcionários do Estado foram surpreendidos e apreendidos com cartões de eleitor virgens que estavam a ser emitidos no próprio dia da votação, impedindo assim que os verdadeiros eleitores pudessem votar».
Henrique Rosa apoia a decisão de Kumba Yala em não participar na segunda volta eleitoral alegando que este processo está antecipadamente viciado, e defende a realização de novas eleições após ter sido efectuado um recenseamento um processo a «lançar para Novembro/Dezembro próximos, considerando que, o período das chuvas que se avizinha, dura cerca de seis meses». Para Henrique Rosa é necessário também rever a composição da Comissão Nacional de Eleições (CNE) dado que não considera este organismo «isento».
A questão do financiamento de um novo processo eleitoral é minimizada por Henrique Rosa. «O Governo tem dinheiro para realizar um novo escrutínio. É falso que falta dinheiro para as coisas importantes» e acrescenta «o Executivo paga aos membros do Governo subsídios chorudos de cerca de dois milhões de euros por ano, além disso existe um fundo chamado FUNPI donde o governo, por imperativo nacional, poderia ir buscar, por avanço, um fundo para resolver a situação.»
Os actos de violência que podem ocorrer durante o impasse político a Guiné-Bissau para Henrique Rosa não serão devidos à crise política, mas sim devido ao mau estar que existe hoje no país devido à presença das tropas angolanas que se tornaram no principal factor de instabilidade no país.
Para o mesmo politico a presença da Missang tornou-se num «acto de ingerência externa de Angola» a qual já vai para além da missão que lhe foi atribuída no quadro do programa de reforma da segurança. Segundo Henrique Rosa os militares guineenses «acusam Angola de já ter na Guiné um número de efectivos militares muito superior aquele que estava previsto assim como dispõem de um tipo de armamento que não é adequado à missão».
«A presença dos angolanos na Guiné-Bissau é apenas justificada por estarem exclusivamente ao serviço do Governo e especialmente do primeiro-ministro, ou seja, é uma guarda pretoriana de Carlos Gomes Júnior», acusa Henrique Rosa.
Henrique Rosa, quarto candidato mais votado na primeira volta em 18 de Março, foi presidente interino da Guiné-Bissau durante dois anos, tomou posse em 2003 após o Golpe de Estado militar chefiado por Veríssimo Seabra que depôs Kumba Yala.
Durante o seu mandato organizou dois actos eleitorais (legislativas e presidenciais), na qualidade de Director Executivo da Comissão Nacional de Eleições da Guiné-Bissau organizou também as primeiras eleições multipartidárias livres e democráticas realizadas na Guiné Bissau. Henrique Rosa é membro do Comité para a Democracia, Eleições e Direitos Humanos do Fórum África, organização continental Africana onde têm assento todos os antigos Chefes de Estado de Governo considerados, dentro dos padrões universais, democratas.
Meu caro nao votei por que sao voçes que queriam que o recenciamento seja feito, e so agora é que querem que seja feito, brincadeira né. Parem de ser mao perdedores. A presidencia é melhor dizer adeus
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