Sanhá critica quem acusa divisões entre a presidência e o primeiro ministro
As celebrações do 20 Janeiro na Guiné-Bissau - Dia dos Heróis Nacionais - ficaram marcadas pelas críticas do Presidente da República à governação da Guiné, da independência a esta parte, nomeadamente, o isolamento a que muitas franjas da população foram votadas.
Populações que outrora deram tudo para o sucesso da luta de libertação. Criticou ainda as mortes nos hospitais por falta de meios para pagamento da assistência sanitária.
Malam Bacai Sanhá falava na cerimónia comemorativa do 38º aniversário da morte de Amílcar Cabral, fundador da nacionalidade guineense e cabo-verdiana.
“Quem quiser o desenvolvimento da Guiné-Bissau tem que gostar da unidade dos guineenses”
Presidente guineense Malam Bacai Sanhá
Mudando de assunto, Bacai Sanhá terá surpreendido muitos com uma abordagem clara sobre o seu relacionamento com o primeiro-ministro, pelos vistos nada favorável à satisfação dos interesses nacionais:
"Não se pode permitir que se continue a sustentar a divisão entre Malam e Carlos. Isto tem que acabar. Quem quiser o desenvolvimento da Guiné-Bissau tem que gostar da unidade dos guineenses", disse Bacai Sanhá.
Acrescentou que não há tempo para intrigas porque há muito trabalho a fazer.
Bacai criticou o resultado dos 38 anos de governação para demonstrar que muito ainda há por fazer para imortalizar Amílcar Cabral.
Apoio a Cuba
Muitos populares e delegação cubana estiveram em Bafatá
O acto comemorativo do 20 de Janeiro, dia dos heróis nacionais decorreu em Bafatá, terra natal de Amílcar Cabral, no Leste da Guiné, e contou com a participação de uma delegação cubana integrada pelo comandante Moía, internacionalista cubano que participou na luta armada pela independência da Guiné-Bissau.
Durante a cerimónia o chefe do governo foi condecorado pela delegação cubana, com a Medalha de Amizade e Solidariedade, devido às posições que a Guiné-Bissau tem assumido em relação à causa cubana.
O Primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior exigiu quinta-feira a libertação imediata dos cinco cubanos detidos nos Estados Unidos de América.
Mas o chefe do governo não se limitou a exigência de libertação dos cinco heróis cubanos:
"Como acabar com a fome de um povo bloqueado económicamente durante 50 anos? Exigimos à administração americana o levantamento imediato do embargo económico a Cuba", disse o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior.
Erros
O internacionalista cubano, comandante Moía, por seu lado, criticou os assassínios que se registaram na Guiné, cometidos pelos próprios guineenses.
Na sua opinião, a melhor forma de homenagear Cabral é unir-se na luta para o progresso.
"Nós ensinamos a combater juntos, a defender a pátria. Não ensinámos a matar irmãos. Não foi isso que ensinámos”, disse Moia, descontente.
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