segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Políticos e agentes culturais da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) discutem relançamento do projecto Cena Lusófona

Mais do que uma língua em comum, agora encaixilhada noutro acordo ortográfico, importa dar voz e apoiar projectos que unem culturas diferentes. Porque falta cumprir objectivos ratificados em sucessivas cimeiras de ministros da Cultura da CPLP. Em Coimbra, procura-se, agora, novo fôlego para o projecto Cena Lusófona, uma semente de intercâmbio artístico que germinou em 1996.

"Sem comunidade cultural, a CPLP não terá alma", advoga António Augusto Barros, actual coordenador geral do projecto Cena Lusófona. Idêntica ideia é transmitida pelo secretário de Estado da Cultura da República Democrática de Timor-Leste, Virgílio Simith. Embora ausente, a mensagem do governante timorense foi lida, ontem, na sessão de abertura do Encontro Internacional sobre Políticas de Intercâmbio que decorre, em Coimbra, pela voz do adido cultural da Embaixada timorense, José Amaral: "O teatro pode ser uma das actividades através da qual o ensino da língua portuguesa e o seu correcto e total uso podem ser alcançados." Augusto Barros diz taxativamente: "Expõe-se ao ridículo quem procura estabelecer uma política para a língua, excluindo ou subvalorizando o teatro", uma vez que "o teatro está no centro das artes". Barros não poupou críticas, perante um plateia de responsáveis institucionais e agentes de cultura da CPLP e também da Galiza, ao facto do incumprimento do projecto do "selo cultural" (assunto discutido há três cimeiras dos ministros da Cultura da CPLP) e que facilitaria, por exemplo, "uma rápida viagem de cenários" entre os vários continentes. Um pedido que o actual director-geral das Artes, Jorge Xavier, prometeu desbloquear, mas há mais decisões por cumprir, segundo António Augusto Barros: "O fantasma do Instituto Internacional da Língua Portuguesa, a Bienal dos Criadores." Defensor do nosso idioma no vasto território da lusofonia, Barros lança um apelo para a defesa de dialectos, evitando-se um "extermínio cultural".

Com a falta de apoios para implementar a diáspora cultural com a chancela da Cena Lusófona, Coimbra, surge, através deste simpósio, como um novo alento. "Este encontro internacional está a começar de novo uma aventura", assumiu António Pedro Pita, delegado regional da cultura do Centro, em representação da ministra portuguesa. Pedro Pita destacou o centro de documentação "ímpar" em Portugal, criado a partir deste projecto.

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