quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Mali : Chefes militares da África Ocidental aprovam plano para intervenção no país

 

Bamako - Os chefes militares da Comunidade dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), adoptaram hoje (quinta-feira), em Bamako, um plano para expulsar os islamitas que controlam o norte do Mali, depois de um dos grupos ocupantes ter-se comprometido a defender uma solução negociada, noticiou à Lusa.

A proposta militar, aprovada numa reunião na capital maliana, vai agora ser estudada pelos chefes de Estado da organização, que estarão reunidos a 11 de Novembro, em Abuja, na Nigéria, com vista à sua aprovação, para depois ser apresentada ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), em 26 de novembro.

O Mali caiu no caos depois de um golpe de Estado, a 22 de Março, ter derrubado o Presidente Amadou Toumani Toure, criando um vazio de poder que permitiu a rebeldes tuaregues e combatentes islamitas apoderarem-se do vasto deserto no Norte do país.

"Estamos muito satisfeitos", disse o chefe das Forças Armadas do Mali, Ibrahim Dembele, em declarações subsequentes ao fim da reunião.

"No seu conjunto, a estratégia foi adoptada e tropas amigas virão ajudar o Mali a reconquistar o norte", adiantou.

Os detalhes do plano aprovado não foram divulgados.

A ONU quer saber a composição da força proposta, o nível de participação dos vários Estados da CEDEAO, o financiamento da operação e os meios militares para a concretizar.

"É um ambicioso plano. Devemos esperar um pouco mais de quatro mil soldados, no caso de uma intervenção militar. Estudamos todos os parâmetros. Agora esperamos instruções dos nossos chefes de Estado", acrescentou um oficial do Benim, que participou na reunião.

Na terça-feira, um dos grupos que ocupam o vasto deserto, o islamita Ansar Dine (Defensores do Islão, em Árabe), apelou a todos os movimentos armados para pararem as hostilidades e começarem negociações de paz.

A ocupação de uma área maior do que a da França por islamitas ligados ao ramo norte-africano da Al-Qaeda tem causado receios na região e entre as potências ocidentais quanto à criação de um paraíso para terroristas.

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