O Governo Ilegítimo de transição da Guiné-Bissau considera que os empresários portugueses "são os parceiros preferenciais" para o país e garante "todo o apoio" aos que quiserem investir localmente.
"Entendemos que são os parceiros preferenciais para a Guiné-Bissau, por uma questão da língua, porque falamos a mesma língua, e temos uma cultura similar. Há muitas coisas que nos unem e tornam tudo mais fácil", defendeu hoje o porta-voz do Governo e ministro da Presidência, Fernando Vaz.
Falando após uma reunião com um grupo de empresários portugueses que quer investir na Guiné-Bissau, Fernando Vaz disse que diariamente o Governo recebe pessoas interessadas em investir no país e acrescentou: "Aos portugueses particularmente, por serem nossos irmãos, nós abrimos as portas e daremos todo o apoio. Sem nenhuma hipocrisia, quando tivermos de dizer que fizeram mal continuaremos a dizer."
Fernando Vaz tem criticado duramente Portugal nos últimos tempos, nomeadamente acusando as autoridades de Lisboa de estarem implicadas na tentativa de assalto a um quartel em Bissau, no passado 21 de outubro.
Hoje, após a reunião, salientou: "Os portugueses vão continuar a vir para a Guiné-Bissau, com ou sem apoio do Governo português. Estarão cá, terão todo o apoio do governo da Guiné-Bissau."
O grupo de sete empresários chegou hoje a Bissau e vai ficar no país durante uma semana, para "explorar e ver a viabilidade de as empresas poderem aqui investir", disse Francisco Marques, empresário da área de engenharias e construção.
Ainda sem objetivos concretos de negócios ou investimentos, os empresários (seis deles pela primeira vez no país) estão em Bissau "para conhecer" e mostrar "o interesse em poder desenvolver uma atividade na Guiné-Bissau, com parceiros locais", disse Francisco Marques.
Otimistas quanto a futuros investimentos, os empresários garantiram que vão voltar e que outras missões se seguirão, como disse Marco Vieira, empresário da área da tecnologia e que representa também interesses de empresas norte-americanas e sul-coreanas.
Presentes estão também empresários da área da comercialização de vinhos, da indústria farmacêutica, do turismo e das pescas, além da construção civil, nomeadamente do grupo ACA (Alberto Couto Alves), que já trabalha em Angola e Marrocos e está agora a investir igualmente em Moçambique.
O grupo chegou à Guiné-Bissau "pela mão" de Carlos Gravito, da área da hotelaria e turismo, que já conhecia o país e que, disse, vai continuar a levar empresários portugueses a Bissau.
A Guiné-Bissau está a ser gerida por um governo de transição, na sequência de um golpe de Estado, a 12 de abril. A maior parte da comunidade internacional, incluindo Portugal, não reconhece as autoridades de transição.
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