Bissau, (Lusa) - O Movimento das Forças Democráticas de Casamança (MFDC), que luta pela independência do território face ao Senegal, nega qualquer envolvimento nos problemas da Guiné-Bissau, nomeadamente no caso de 21 de outubro.
"Nós reconhecemos com firmeza que nem um único soldado tomou parte no problema de 21 de outubro, como enviado em missão para a operação em discussão neste momento", diz um comunicado do MFDC hoje divulgado em Bissau.
A 21 de outubro passado registou-se um conflito no quartel de para-comandos de Bissau do qual resultaram seis mortes. O governo de transição da Guiné-Bissau disse na altura que alguns dos mortos eram da região de Casamança, onde o MFDC luta pela independência em relação ao Senegal desde 1990.
No comunicado, o MFDC nega qualquer envolvimento quer no caso de 21 de outubro, quer no golpe de Estado de 12 de abril passado, quer em qualquer ataque a contingentes senegaleses em deslocação para a Guiné-Bissau.
De acordo com o documento, as diferentes alas do MFDC "estão empenhadas em encontrar a sua união" para "poder participar na procura de uma solução pacífica do conflito" e é nisso que o movimento "deve mostrar toda a dedicação".
O MFDC acusa o governo do Senegal de "semear a discórdia entre a Guiné-Bissau e Casamança" para "bloquear o processo de reconciliação já iniciado".
"Para o MFDC, querer a paz na sua Casamança não é uma questão de desestabilizar a Guiné-Bissau, pelo contrário, é rezar pela paz na Guiné-Bissau, que poderá acompanhar-nos no processo de procura da paz em Casamança", diz o comunicado.
O MFDC pede a "todos os atores do atual conflito na Guiné-Bissau para a preservação" da "ancestral amizade", e ao povo guineense pede para "que tome como prioridade o diálogo" na resolução dos problemas.
O MFDC "declara o seu compromisso para uma resolução pacífica e inclusiva do conflito em Casamança pela via diálogo e negociações entre o novo governo do Senegal e o MFDC unificado".
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Lusa/fim
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