quarta-feira, 11 de abril de 2012

Portugal e Moçambique apelam à ajuda à Guiné-Bissau

O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, assegurou que a CPLP está a "trabalhar em conjunto para reforçar os laços democráticos na Guiné-Bissau, que deverão garantir que o processo eleitoral se conclua de forma satisfatória e positiva".

"Nós temos estado muito atentos ao que se vem passando nesse país irmão. A Guiné-Bissau é uma democracia que precisa de ser alimentada e protegida", disse Pedro Passos Coelho, em Maputo, na noite de segunda-feira, durante um banquete oferecido pelo Presidente moçambicano, Armando Guebuza.

O chefe de Estado moçambicano, que apelou à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para apoiar aquele país africano, considerou que "o sucesso do desenvolvimento dos países da CPLP passa necessariamente pela constante busca de soluções duradoiras para os problemas que podem pôr em risco a paz, a estabilidade, segurança e o desenvolvimento sustentável das nações".

O processo político na Guiné-Bissau está num impasse devido a recusa de participação na segunda volta do candidato Kumba Ialá, que contesta os resultados das eleições.

Armando Guebuza apelou, por isso, "aos atores políticos na Guiné-Bissau para enveredarem pelo diálogo e pelo respeito das instituições democráticas guineenses, que são pilares fundamentais do Estado de Direito que estão a construir".

A propósito, Passos Coelho disse: "Estamos, por isso, a cooperar também ao nível desta plataforma da CPLP para deixar bem vincada a ajuda que queremos dar à Guiné-Bissau e para manter vivo todo o conjunto de valores democráticos que têm inspirado os desenvolvimentos destes últimos anos, sendo certo que, muitas vezes, há tropeções mas que é para isso que a comunidade internacional existe: é para estar presente nas alturas de maiores dificuldades".

O chefe do Governo português lembrou que "nesta altura, praticamente todos os países da CPLP têm vindo a desenvolver uma frente diplomática muito intensa no sentido de afirmar perante a comunidade internacional e perante os cidadãos da Guiné-Bissau que eles não serão deixados sozinhos".

Pelo que, acrescentou o primeiro-ministro: "não gostaríamos que neste interregno, enquanto não se completa o processo de eleição presidencial, que algum desenvolvimento que não desejamos, infeliz, viesse a produzir qualquer retrocesso neste processo democrático guineense".

Armando Guebuza reiterou que "Moçambique vai continuar a assegurar que, quer de forma bilateral, quer através dos espaços geo-políticos em que está inserido, os compromissos que são assumidos, aos mais diversos níveis e nos diversos organismos internacionais, sejam atempada e integralmente honrados".

Entretanto, o Governo angolano decidiu retirar da Guiné-Bissau a missão militar (Missang) que tinha no país para apoiar a reforma do setor de Defesa e Segurança e justificou a saída, através do chefe da diplomacia, Georges Chicoti, com a insatisfação de "alguns setores" guineenses com a missão, mas sem especificar.

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