Bissau – Um grupo de militares armados e à paisana, invadiu, esta segunda-feira, 31 de Outubro, a recém-constituída Esquadra Modelo, no Bairro Militar, nos arredores da capital guineense.
O grupo tinha o objectivo de recuperar um homem que foi entregar-se depois do desacordo com um elemento das forças armadas, num local de cerimónia tradicional de «Lavagem», no bairro com o mesmo nome.
Segundo as explicações do homem em causa, que solicitou anonimato, ele teria travado uma discussão com o seu companheiro, que acabou por o ameaçar com uma arma branca e, por sua vez, em defesa própria, exibiu uma arma de fogo ao agressor.
Não chegou a haver nenhum incidente: «A minha deslocação à esquadra da polícia teve o propósito de garantir segurança, por temer represálias», revelou a vítima.
Confirmada esta situação, conforme as explicações recolhidas pela PNN, uma viatura de cabine dupla descarregou um grupo de pessoas em frente à esquadra. Alguns membros tinham uniforme militar, outros estavam à paisana.
O grupo pretendia levar forçosamente o homem, tendo como justificação o facto de este «ter mostrado uma pistola no meio das pessoas».
Trata-se de uma alegação refutada pelos elementos da polícia que se encontravam de serviço e recusaram a vontade dos elementos do grupo, fazendo-os desistir da ideia inicial.
Depois desta ostentação dos militares, conforme relataram os agentes policiais à PNN, o homem viria a ser, mais tarde, transferido para o Comissário-geral da Policia da Ordem Pública, aguardando tramitações legais do seu processo.
Um repórter da rádio Pindjiguiti esteve no local esta segunda-feira, onde registou apenas explicações mas não foi autorizado a gravar declarações.
A 25 de Outubro, um grupo de militares da Batalha da Presidência da República, espancou o guarda-nocturno do Instituto Nacional de Desenvolvimento do Ensino – INDE.
Mais tarde, a vítima identificou-se como elemento desta unidade, quando foi encontrado escondido no interior da vedação do INDE, alegando que estava a ser perseguido por um grupo de três pessoa quando seguia para sua residência, na estrada que dá acesso à instituição.
O jovem foi apanhado e espancado por um guarda que nega estas alegações e diz tratar-se de um ladrão que dias antes tinha levado materiais informáticos do INDE.
Na tentativa de libertar o rapaz, preso pelo guarda-nocturno, os militares não chegaram a entendimento e o episódio acabou com o espancamento do guarda e de um alto funcionário do INDE.
A 25 de Outubro 2010, um grupo de militares espancou também um grupo de Polícia de Trânsito, no seu posto de serviço, na Avenida dos Combatentes da Liberdade da Pátria.
Até à data, ninguém foi responsabilizado pelo acto na Guiné-Bissau.
Sumba Nansil
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