Bissau - O Governo e a bancada da maioria no Parlamento da Guiné-Bissau manifestaram-se hoje confiantes quanto à aprovação e execução do Orçamento Geral do Estado para o próximo ano, mas a oposição tem dúvidas quanto à viabilidade da proposta.
Falando aos jornalistas depois de apresentar a proposta do OGE no Parlamento, o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, disse estar confiante na aprovação do documento e ainda na execução das projecções, mesmo tendo em consideração o défice orçamental de cerca de 54 mil milhões de francos CFA (82 mil euros).
"Vamos trabalhar para tentar ultrapassar o défice orçamental que temos, de cerca de 54 mil milhões de francos CFA. Contamos com o apoio solidário dos nossos parceiros, nomeadamente do Banco Mundial, do BAD (Banco Africano de Desenvolvimento) e de países amigos da Guiné-Bissau", sublinhou Carlos Gomes Júnior.
O Orçamento Geral do Estado, que deve começar a ser discutido quinta-feira, é de 115 mil milhões de francos CFA (cerca de 175 milhões de euros).
"Vamos começar a discussão amanhã (quinta-feira), mas penso que este Orçamento foi elaborado na base da conjuntura internacional que vivemos, com a crise. É um Orçamento de contenção onde vamos privilegiar as áreas sociais, a educação, sobretudo, para podermos ter a paz social que pretendemos", declarou ainda o chefe do executivo guineense.
Mesmo com a contenção orçamental, Carlos Gomes Júnior diz que o documento tem em conta igualmente o financiamento das obras de infraestruturação no país.
"Com os nossos recursos internos vamos dotar o país de infraestruturas, porque os recursos externos estão cada vez mais escassos. É verdade que contamos com os apoios dos nossos parceiros de desenvolvimento, mas contamos muito com os nossos recursos internos", afirmou Gomes Júnior.
Rui Diã de Sousa, líder da bancada parlamentar do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde, no poder), acredita também que o Orçamento será aprovado pelos deputados, até porque, sublinhou, esta será a última proposta do género a ser debatida na actual legislatura.
"Vamos discutir esta proposta de Orçamento com toda a seriedade, com toda a profundidade e aprová-la porque é uma solução, uma contribuição nossa que vai permitir ao Governo poder levar por diante a sua política financeira para o ano económico de 2012", disse Diã de Sousa.
Serifo Djaló, líder da bancada parlamentar do Partido da Renovação Social (PRS, principal força da oposição) lamenta o facto de a proposta do OGE só hoje ter sido entregue aos deputados e, frisou, que alguns parlamentares ainda não tinham recebido o documento.
"Nós lamentamos o facto de a proposta do Orçamento ter sido tardiamente entregue aos deputados. Até hoje, há deputados que ainda não têm o documento, daí que não sei como vamos fazer para iniciar este trabalho", afirmou Djaló, prometendo uma tomada de posição do PRS perante o OGE no decurso dos debates.
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