Bissau – O Representante do Programa Alimentar Mundial (PAM) revelou que a fome não é um problema para o país. Embora haja pobreza e dificuldade de acesso a alimentos, os solos são férteis e existem muitos recursos alimentares.
Pedro Figueiredo falou numa conferência de imprensa, onde fez o balanço dos trabalhos realizados pela agência das Nações Unidas e sublinhou que a utilização dos alimentos não é a mais correcta na Guiné-Bissau.
«A má utilização dos alimentos leva a uma má nutrição. A nossa obrigação é contribuir para que o regime alimentar seja mais equilibrado», disse Pedro Figueiredo.
Apesar deste optimismo sobre a segurança alimentar no país, o diplomata moçambicano ao serviço das Nações Unidas na Guiné-Bissau, disse que a sua agência vai privilegiar a capacitação, prevenção e seguimento de actividades que provoquem a mudança de hábitos alimentares em crianças, através das cantinas escolares.
«Haverá menos comida disponível mas maior capacitação, mais parcerias e sistemas de aviso prévio sobre a questão da distribuição de alimentos», referiu.
Nesta perspectiva de segurança alimentar, Pedro Figueiredo referiu ainda que o PAM implementou, recentemente, com o apoio financeiro de França, um inquérito que procura informações junto das pessoas necessitadas, no interior da Guiné-Bissau.
«Já terminámos o trabalho de campo e estamos agora a proceder à avaliação dos dados», anunciou.
Em termos estatísticos, Pedro Figueiredo disse que este exercício se baseou numa amostra total de 700 famílias da Guiné-Bissau.
O trabalho de seguimento e de contactos, via telemóvel, está a ter o apoio do Departamento Estatístico do Ministério da Agricultura e do Instituto Nacional de Estatísticas da Guiné-Bissau.
«Este acompanhamento deverá ser feito periodicamente, englobando diferentes períodos de campanhas agrícolas, de modo a permitir a elaboração de um mapa geral da Guiné-Bissau, em termos da segurança alimentar, bem como ajudar na definição das futuras áreas de intervenção do PAM no país», declarou o diplomata.
Refira-se que, o último inquérito realizado pelo PAM revelou as regiões de Quinara, Bolama/ Bijagos, no sul, Oio e Cachéu, no norte, como as zonas mais atingidas com a situação de insegurança alimentar.
Gabù e Bafatà, no leste, registaram uma evolução mas continuam a existir populações pobres e a necessidade de assistência alimentar.
Sumba Nansil
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