A capital da Guiné-Bissau recebeu os seus primeiros semáforos, mas em vez de se tornarem instrumentos para melhorar o trânsito automóvel, na realidade causam curiosidade e confusão no tráfego.
Em regime experimental há uma semana, os semáforos, colocados no âmbito da melhoria da via rodoviária da principal avenida da capital guineense, causam curiosidade tal que muitas pessoas passam alguns minutos junto aos postes onde se encontram as luzes só para verem o piscar automático das cores vermelha, amarela e verde.
O problema é decifrar a informação que é dada por cada cor, pois, às vezes, acende o vermelho e lá estão alguns condutores a acelerar para passar, justamente na altura em que os peões, que também desconhecem a ordem dada pelas luzes, tentam atravessar a avenida
O que tem salvado essas situações é que tudo é feito sem pressas. As gargalhadas, tanto dos condutores como dos transeuntes, têm sido regra para acalmar essas hilariantes situações frequentes nos cruzamentos onde existem os semáforos.
Um elemento da direção dos serviços de Viação e Transportes Terrestres disse à Lusa que grande parte dos motoristas “nunca conduziu um carro numa estrada com semáforos”, daí a confusão na estrada.
A Polícia de Trânsito também se vê aflita para tentar regular as complicações na via. Às vezes também os agentes se enganam com a informação que transmitem aos utentes da via.
“Estava a luz vermelha acesa no semáforo e manda-me avançar um agente do trânsito. Não obedeci porque ele estava errado”, contou Alfa Djaló, um taxista que trabalha na avenida Combatente da Liberdade da Pátria.
A confusão dos agentes do trânsito não se fica apenas nos semáforos, também ela é notada na sinalização, pois agora a estrada que liga o mercado do Bandim ao aeroporto de Bissau, numa extensão de cerca de oito quilómetros, possuí sinais e travessias para os peões.
“Noutro dia por pouco não atropelei uma velhota que estava a atravessar a avenida. Dizia ela que os jovens, que ali se encontravam nos postes dos semáforos, mandaram-na passar, dizendo que o semáforo, que estava verde, era para as pessoas atravessarem”, relatou um jornalista da Rádio Nacional.
José Monteiro, um analista guineense, recomenda uma sensibilização à população sobre a forma de atravessar a via mas também propõe uma “ação urgente” de reciclagem aos agentes do trânsito.
Seja como for, a novidade continua. Já se fala em Bissau que algumas pessoas do interior viajam para a capital do país de propósito para verem os primeiros semáforos do país.
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