Cidade da Praia - A Guiné-Bissau abriu um consulado geral na Cidade da Praia, onde perspectiva, para breve, abrir também a embaixada, para servir os cerca de oito mil guineenses que residem em Cabo Verde, noticiou à Lusa, citando uma fonte oficial.
Segundo o secretário de Estado das Comunidades da Guiné-Bissau, Fernando Dias, que presidiu à cerimónia, os dois países estão a acelerar os mecanismos para que a dinâmica criada nos últimos dois anos que permita a instalação recíproca de embaixadas em Bissau e na Cidade da Praia, não havendo ainda prazos concretos definidos.
Questionado pela Lusa sobre o processo de legalização dos cerca de oito mil guineenses residentes em Cabo Verde, Fernando Dias, referiu que o período extraordinário definido com esse fim pelo Governo cabo-verdiano vai ser retomado, criadas que estão as condições para o concretizar.
O Consulado Geral da Guiné-Bissau é chefiado por Cândido Barbosa, que desempenhou idênticas funções em Lisboa ao longo de quase duas décadas.
Leonel Sambé, presidente da Associação dos Guineenses em Cabo Verde, regozijando-se com a concretização de uma aspiração que já vem desde 1992, salientou, porém, que o trabalho "ainda agora começou", garantindo que há ainda um "longo caminho a percorrer" para a resolução de alguns dos "graves problemas" que afectam a comunidade guineense no arquipélago.
Entre eles está o da legalização dos guineenses em Cabo Verde, cujos números oficiais apontam para 5500, embora Fernando Dias e Leonel Sambé tenham referido 8000 , "cujo processo esteve algum tempo parado" devido tal como disse o governante guineense, "questões burocráticas".
No entanto, a recente vinda do Primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior, à Cidade da Praia, para a cerimónia de tomada de posse do novo presidente cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, a 9 de Setembro último, permitiu dar um "avanço significativo" a todo o processo num encontro com o homólogo José Maria Neves.
Na cerimónia participou também a ministra das Comunidades de Cabo Verde, Fernanda Fernandes, que considerou a abertura do Consulado Geral um "acto histórico" para os dois países, desejando que a integração dos guineenses no arquipélago, "já em si bastante boa", possa ficar
definitivamente concluída.
A cerimónia esteve inicialmente prevista para 24 de Setembro, dia da declaração unilateral da independência da Guiné-Bissau (1973), mas a morte, dois dias antes, e as respectivas cerimónias fúnebres do primeiro presidente de Cabo Verde, Aristides Pereira, obrigaram ao adiamento para hoje (sábado).
Presentes estiveram também o presidente da Câmara da Cidade da Praia, Ulisses Correia e Silva, o embaixador da Guiné-Bissau em Dacar e na Cidade da Praia, Mário Cabral, e a cônsul de Portugal, Raquel Chantre, além de diversas outras individualidades guineenses e cabo-verdianas.
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