O Presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, disse hoje à Agência Lusa que desconhece a morte de Muammar Kadhafi, mas afirmou a sua tristeza caso venha a confirmar-se o desaparecimento do líder líbio deposto.
"Eu não sei. Estou a ouvir isso agora da sua boca", disse Malam Bacai Sanhá, a margem das cerimónias do início da reabilitação do Palácio da República, danificado pela guerra civil de há 12 anos.
Perante a insistência da Lusa em obter o comentário de Bacai Sanhá, um conhecido amigo de Kadhafi, o chefe de Estado guineense mostrou-se prudente.
"É triste e da forma como acontece. Mas gostaria de não fazer comentários", declarou o Presidente guineense.
O ex-líder líbio é considerado pelos dirigentes guineenses um amigo da Guiné-Bissau devido aos apoios que deu ao país a nível financeiro, político e material, sobretudo equipamentos, viaturas e géneros alimentícios para as Forças Armadas.
Muammar Kadhafi visitou Bissau, durante algumas horas, em março de 2009, dias depois dos assassínios do então Presidente guineense, 'Nino' Vieira, e do então Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Tagmé Na Waié.
O destino do ex-líder líbio também foi motivo de polémica entre a presidência guineense e o Governo recentemente, quando o gabinete do chefe de Estado se distanciou da posição do executivo que, segundo o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, anunciou a possibilidade de Kadhafi se exilar na Guiné-Bissau caso quisesse.
As autoridades guineenses tratavam Muammar Kadhafi por "guide" isto é, o guia.
Nos primeiros meses do levantamento armado contra Kadhafi, realizaram-se varias manifestações de apoio ao ex-líder líbio em Bissau.
A Guiné-Bissau ainda não reconheceu formalmente o Conselho Nacional de Transição (CNT, órgão que de facto dirige a Líbia).
A embaixada da Líbia em Bissau não tem nenhuma bandeira hasteada, isto depois de o Governo ter ordenado a retirada da bandeira do CNT que, entretanto, tinha sido hasteada.
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