A representante especial do secretário-geral da ONU, Marta Santos Pais, aponta a mutilação genital feminina, o trabalho infantil e o tráfico de crianças como principais agressões contra crianças nos países lusófonos, e apela a "grandes alianças" para as combater.
"Encontramos, infelizmente, casos de violência contra crianças em muitos países lusófonos, mas no quadro da CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa] temos de encontrar uma estratégia comum", disse à Agência Lusa, em entrevista em Nova Iorque, a portuguesa representante de Ban Ki-moon para a violência contra crianças.
Casos de mutilação genital feminina são frequentes em países africanos, e, entre os lusófonos, a Guiné-Bissau é dos mais afetados.
Outras violações frequentes dos direitos universais das crianças são o trabalho infantil, nomeadamente na agricultura, e o tráfico de menores, em que também a Guiné-Bissua tem estado em foco.
Registam-se também casos de superstição, em que algumas características das crianças, como o facto de serem albinas, leva a que sejam acusadas de "trazerem má sorte para a comunidade e abrirem a porta a calamidades", o que leva a que sejam frequentemente alvo de maus tratos, sublinha Marta Santos Pais.
"Temos de promover alianças com comunidades e famílias onde estas práticas são perpetradas, sem ser assim não é possível. Precisamos de grandes alianças a nível local", adiantou.
Nomeada representante especial de Ban Ki-moon em maio de 2009, Marta Santos Pais esteve ligada à UNICEF desde 1997, primeiro como diretora de Avaliação, Políticas e Planeamento e, mais tarde, como diretora do Centro de Investigação Innocenti.
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