Bissau – Um cidadão de nacionalidade guineense, Samba Seidi, respondeu em tribunal, a 6 de Outubro, em Loures, por conduzir em Portugal com carta de condução da República da Guiné-Bissau.
A notícia foi avançada pelo próprio infractor, que disse ter sido detido numa esquadra da policia em Portugal.
Samba Seidi foi acusado pelas autoridades portuguesas de ter
cometido um «crime» ao utilizar a carta de condução da Guiné-Bissau em Portugal.
«Fui abordado pela polícia, que me perguntou se eu tinha conhecimento que, utilizar da carta de condução da Guiné-Bissau em Portugal é um crime. Eu respondi que não», referiu Samba Seidi.
Nesta condição, o alegado infractor reconheceu ter travado uma discussão com os agentes, uma vez que, no seu entendimento, os guineenses são tratados de forma injusta comparativamente com os cidadãos de outras nacionalidades que vivem em Portugal.
Samba Seidi foi ainda mais além informando que, actualmente, muitos cidadãos da Guiné-Bissau encontram-se detidos em Portugal e alguns a cumprirem pena de trabalho por terem utilizado cartas de condução do seu país de origem em Portugal.
Indignado com esta situação, Samba Seidi questionou a razão das cartas de conduções de outros países tais como Mali, Senegal e Cabo Verde serem aceites em Portugal e a utilização da licença da Guiné-Bissau ser considerada um crime.
O cidadão guineense já solicitou a intervenção do Governo de
Bissau, e não poupou duras críticas ao funcionamento da Embaixada da Guiné-Bissau em Portugal.
«Estive recentemente na Austrália, onde encontrei cinco pessoas
de nacionalidade nigeriana com passaportes da Guiné-Bissau. Estes documentos foram adquiridos a partir da nossa Embaixada em Portugal», denunciou Samba Seidi.
O alegado transgressor continuou, dizendo que «os documentos são vendidos aos estrangeiros na Embaixada da Guiné-Bissau em Portugal, mesmo que a pessoa não saiba falar crioulo e muito menos português».
Face a estes factos, Samba Seidi disse ainda que, quando os indivíduos com estas características são encontrados nestas situações de irregularidades acabam por ser identificados como nativos da Guiné-Bissau, o que de uma forma geral prejudica o país.
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