quarta-feira, 9 de junho de 2010

Sociedade civil critica declarações do Presidente Sanhá


Bissau - O Movimento da Sociedade Civil (MSC) da Guiné- Bissau exortou o Presidente Malam Bacai Sanhá a evitar tomadas de posições que contrastem com os valores da paz, estabilidade e do Estado de Direito.

Num comunicado a que a PANA teve hoje (terça-feira) acesso, o MSC deplora as últimas declarações de Malam Bacai Sanhá que teriam provocado uma profunda inquietação por parte do cidadão comum sobre a sua forma de conduzir a gestão da crise no país.

Para o MSC, o chefe de Estado deve ser um factor de pacificação da sociedade e evitar declarações como as que fez recentemente à revista Jeune Afrique em que afirma haver personalidades políticas envolvidas nos assassínios do Presidente João Bernardo "Nino" Vieira e do general Tagmé Na Waié.

Segundo o comunicado daquele movimento, os acontecimentos de 1 de Abril de 2010 provocaram no país uma crise político-militar sem precedentes, marcada por sinais evidentes de dificuldades de relacionamento institucional entre a Presidência da República e o gabinete do Primeiro-ministro.

Outra dificuldade evidenciada pela nova crise é a reafirmação da insubordinação do poder militar ao político seguida da ambiguidade na cadeia de comando nas Forças Armadas e da incerteza sobre o futuro do Governo e da liderança castrense, lê-se no comunicado.

Na nota, o Movimento da Sociedade Civil apela também ao Governo para informar das razões da demora do regresso do Primeiro-ministro ao país e ao funcionamento regular das instituições democráticas e públicas.

Para o Movimento da Sociedade Civil guineense, o actual momento no país é de contenção, sendo que concorrem simultaneamente vários factores susceptíveis de desencadear vários cenários imprevisíveis e efeitos adversos à construção de um Estado de Direito democrático.

O Primeiro-ministro bissau-guineense, Carlos Gomes Júnior, encontra-se ausente do país há mais de um mês por razões de saúde e o Presidente da República viajou na semana passada para França, onde participou na cimeira França/África.

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