domingo, 20 de junho de 2010

Comunidade internacional não deveria voltar costas ao país

Raimundo Pereira (à direita), presidente da
assembleia nacional popular da Guiné- Bissau. Á esquerda, Serifo Nhamadjo, nº . 2 do parlamento


Os parceiros de cooperação da Guiné-Bissau acompanham com atenção o evoluir da situação após incidentes de 1 de abril, mas por ora não deveriam diminuir as ajudas ao país.

A detenção do líder dos militares, Zamora Induta, pelos seus subordinados a 1 de abril, altura em que o próprio primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, foi convocado por algumas horas pela hierarquia castrense, gerara um clima de forte suspeitas dos parceiros externos da Guiné-Bissau.

Em causa a crónica instabilidade político-militar que assola este país da África ocidental e que poderia estar a gerar algum cansaço junto da comunidade internacional.

No entanto o representante da União Europeia na capital guineense, o embaixador italiano Franco Nulli, afirmou nesta quinta-feira que a situação no terreno não se alterou desde aqueles acontecimentos e, desta feita a posição do bloco dos 27 mantém-se na mesma.

Nulli proferiu estas declarações à saída de um com o chefe do executivo guineense que só no início da semana regressou a Bissau após uma ausência de praticamente 45 dias, oficialmente para tratamento médico em Cuba e convalescença, posterior, em Portugal.

Também o ministro português dos negócios estrangeiros, Luís Amado, rejeitou um cenário de diminuição do apoio internacional a Bissau, admitindo a existência de alguma expectativa em relação à prossecução da normalização do país.

Por sua vez Raimundo Pereira, presidente da Assembleia nacional popular guineense, admitiu nesta quinta-feira em Lisboa à agência Lusa, encarar « com preocupação » as ameaças de cortes nas ajudas por parte dos parceiros externos reafirmando a necessidade de que a Guiné-Bissau, mais do que nunca, obtenha a « solidariedade da comunidade internacional ».

O presidente do parlamento guineense efectuou uma visita a Portugal onde se avistou com o chefe de Estado, Cavaco Silva, e com o seu homólogo luso, Jaime Gama.

No mês passado o português José Costa Pereira, que dirige a Unidade África no secretariado do Conselho da União Europeia, condicionara a manutenção da ajuda dos 27 à libertação de Zamora Induta, bem como à nomeação de novas chefias para as forças armadas e à apresentação perante a justiça dos responsáveis da intervenção militar de 1 de Abril.

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