sexta-feira, 4 de junho de 2010

História de três colônias chamadas Guiné


As nações européias de Portugal, França e Espanha colonizaram três países com o nome da Guiné na Africa Ocidental, região da qual os traficantes arrancaram milhões de seus filhos para escravisarlos.

Essas infortunadas pessoas foram vendidas como escravos aos donos de plantações na América, Oceania e outras regiões do mundo.

O nome comum da Guiné que ostentaban os três países (Guiné, Guiné Bissau e Guiné Equatorial), prove provavelmente do antigo reino de Yenne, que no século VII d.n.e. teve seu centro no nascimento do rio Níger.

Estavam situadas nas ribeiras do grande Golfo da Guiné, junto a outras nações como Nigéria e Níger, também irrigadas pela poderosa corrente do rio dantes mencionado.

Os navegantes lusitanos foram os primeiros marinheiros do Velho Continente a chegar à costa africana.

Desde o século XV os governantes portugueses, fundamentalmente o rei D. Manuel, financiaram projetos destinados à abertura de uma rota comercial mais segura para a Índia.

Nomes como os de Fernando Poo, Juan Santarón, Diego Cao, Paulo de Novais, Nuno Tristao, Fernando Gomes, Pedro de Escobar ou Vascão de Gama, entre outros muitos, estão inscritos na historiografía ocidental como descubridores de nações africanas.

Em realidade, quando os conquistadores chegaram a Africa, já tinha uma história iniciada no século III e até o XVI: vários de seus territórios tinham sido assento de grandes impérios autóctonos como os de Ghana e o de Mali, e de comunidades bem estruturadas.

No século XVI os portugueses iniciaram o tráfico de escravos desde Africa para o Brasil.

No ano 1500 chegou Pedro Alvares Cabral à que posteriormente seria a primeira e única colônia de Portugal em terras americanas (Brasil), e em breve tempo chegaram ali os primeiros escravos.

Desde os territórios controlados por Portugal, França e Espanha saiu uma parte considerável dos 20 milhões de africanos que, segundo estimam os estudiosos, chegaram a América.

Outra quantidade, difícil de calcular pereceu no trajeto ao não poder suportar as penalidades da desumana travesía.

Guiné Bissau

Em 1446 chegou a esta pequena nação o português Nuno Tristao. Muito dantes dae sua chegada, o território estava ocupado por membros das etnias mandingas e fula.

No século XV tinha um grupo de povos, Balantas, Manjaco e Papel que coexistían com o Estado criado pelos mandingas no interior do país.

Quase duas décadas depois Fernando Gomes tinha o controle absoluto do comércio, mas mais tarde teve que compartilhar com a Companhia Portuguesa da Guiné, que ademais recebeu em 1697 a autorização da Igreja para introduzir escravos no chamado Novo Mundo.

Um dos piores crimes da humanidade foi santificado pela religião.

O monopólio do comércio humano, exercido por Portugal, até o primeiro terço do século XVI, resultou afetado pelas companhias francesas, inglesas e holandesas, cujos traficantes nutriam de escravos as colônias do continente e as Antillas.

Guiné

Esta nação colonizada por França tem uma rica herança étnica e cultural e no território habitavam de forma armoniosa os grupos fullah, maleiké, susú, entre os mais importantes. Dedicavam-se ao cultivo da terra, suas crenças eram animistas e respeitavam a autoridade do kani ou chefe da etnia.

os seus hábitos e costumes foram alterados com a chegada dos conquistadores.

No período de trata-a de escravos no século XV, Rios do Sul, antigo nome da região ocidental de Africa, servia de lugar de reparos e armasenajem das embarcações espanholas e portuguesas.

Eram barcos negreros que depois de seu reparo transladavam aos africanos caçados na região para sua venda.

Foi tal a importância que adquiriu a Guiné e, em general, a zona do Golfo da Guiné que os escritórios comerciais esclavistas se estabeleceram ali.

Franceses, ingleses, italianos, belgas e portugueses rivalizaban pelo domínio do território, devido aos notáveis rendimentos que obtinham da Trata.

As metrópoles européias com colônias ao outro lado do Atlántico também se beneficiavam do comércio de escravos.

Guiné Equatorial

Contrariamente a Guiné Bissau e Guiné, o território da Guiné Equatorial divide-se em duas partes.

Uma destas era a continental, com várias ilhas próximas denominada Rio Muni, e outra formada pela maior das ilhas conhecida em tempos coloniales pelo nome do navegante português Fernando Poo.

Os pobladores autóctonos desta última foram os budis, enquanto os primeiros habitantes da parte continental estiveram compostos por fangs, bem como tribos procedentes de Gabón e Camerún, países vizinhos.

Rio Muni viveu constantes expedições de portugueses, ingleses, franceses, holandeses e espanhóis em missões de conquista e rapiña.

Na cada uma das três Guiné repetiam-se os mesmos atores com idênticos fins.

No século XVIII passou a ser colônia de Espanha por médio de um Tratado com Portugal a mudança de concessões territoriais na fronteira sul do Brasil. Essa posse foi a única do país ibérico em Africa Subsaariana.

Em 1834 a Coroa britânica proibiu o comércio de escravos em suas colônias de Africa e América.

Grã-Bretanha desenvolvia a Revolução Industrial e trata-a não convinha a seus interesses. A obtenção de matéria prima nas colônias passava a um primeiro plano.

As autoridades de Londres que tentavam instalar uma base para actuar contra os traficantes de escravos, propôs a Espanha em 1939 a compra desses territórios, mas as negociações fracassaram.

No século XX trouxe consigo a independência das três Guiné (Guiné-1958, Guiné Equatorial-1967, Guiné Bissau-1974); depois de longa luta armada ou política. Portugal, França, Espanha e trata-a de escravos fazem parte de um triste e escuro passado.

( ) Jornalista cubano especializado em política internacional, tem sido corresponsal em vários países africanos e é colaborador da Prensa Latina.


mb/mgf/rcw
Modificado el ( jueves, 03 de junio de 2010 )

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