terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Partidos que apoiam transição criticam atuação do parlamento

 

 

Os partidos que apoiam o Governo saído do golpe de Estado na Guiné-Bissau, signatários do acordo de transição política, criticaram hoje duramente a atuação do parlamento que afirmam estar a "obstaculizar o período de transição com manobras".

 

(Os mentores do dito começam a tirar as garras de fora)

Lusa10 Dez, 2012,

A posição dos partidos que apoiam as autoridades de transição instituídas depois do golpe de Estado de 12 de abril foi manifestada hoje em conferência de imprensa por Artur Sanhá, líder do chamado Fórum dos Partidos Políticos subscritores do Pacto e Acordo de Transição.

Perante centenas de apoiantes e numa das salas de reuniões do Palácio do Governo em Bissau, Artur Sanhá acusou o parlamento de "andar a reboque dos joguinhos" do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) que estava no poder até ao golpe de Estado de 12 de abril.

"Em duas conferências de imprensa o Fórum advertia seriamente para os obstáculos que o parlamento, sob o domínio do PAIGC, causaria aos esforços de normalização da vida política nacional e ao retorno à normalidade constitucional e à estabilização do país", disse Artur Sanha.

Atual presidente da Câmara Municipal de Bissau e ex-primeiro-ministro num dos governos de Kumba Ialá, Artur Sanhá não especificou se o Fórum defende a dissolução do parlamento como solução para "a saída da crise".

"Ainda não chegámos lá. Mas, se um jogador insiste em avançar com a bola mesmo quando o árbitro apita depois de uma falta, esse jogador arrisca-se a ser expulso do jogo", afirmou Artur Sanhá, merecendo palmas de jovens entusiastas "apoiantes" das autoridades de transição que assistiam à conferência de imprensa.

Artur Sanhá foi mais direto quando confrontando com o facto de o presidente do parlamento, Ibraima Sory Djaló, ter lembrado ao Governo de transição de que não foi eleito ao contrário dos deputados ao Parlamento.

"Este prlamento foi derrubado com o golpe de Estado, mas foi, de forma coxa, reabilitado mas com poderes limitados à luz do Acordo e Pacto de Transição", assegurou Artur Sanhá.

O dirigente político abordou igualmente a recente decisão do parlamento em escolher o juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) Rui Nené para o cargo de presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE).

"Em nenhuma circunstância o Fórum irá reconhecer a eleição do juiz conselheiro Rui Nené para o cargo de presidente da CNE e consequentemente utilizará todos os meios legais e judiciais ao seu alcance para a reposição da legalidade", observou Sanhá.

No dia em que Rui Nené foi indigitado pelo parlamento presidente da CNE, foi também escolhido, em eleições pelos seus pares, vice-presidente do STJ, facto de Artur Sanhá considerou "uma aberração legal e constitucional".

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