quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Centenas de alunos sem aulas na Guiné-Bissau porque a escola ruiu

Os alunos da Escola do Ensino Básico Unificado "Congresso de Cassacá", na capital da Guiné-Bissau, estão sem aulas desde segunda-feira porque as barracas que serviam de salas ruíram no fim de semana.

De acordo com o professor João Batista, subdiretor da escola, são no total 570 alunos do ensino básico ao segundo ciclo afetados pela situação, que, disse, já é do conhecimento do Ministério da Educação.

Devido à escassez de escolas construídas de forma clássica (uma casa em condições de acomodar crianças) na Guiné-Bissau os diretores dos estabelecimentos constroem barracas com colmo e paus, e folhas de zinco como telhado.

Na escola EBU "Congresso de Cassacá", contou o subdiretor João Batista à Lusa, há mais de 10 anos que não havia obras de manutenção das barracas.

Corroídas pelo tempo, no último sábado as barracas caíram, uma situação que deixou os professores desesperados.

Por ser sábado, dia em que não há aulas nas escolas públicas guineenses, não existia uma única criança na escola, frisou o subdiretor da escola.

João Batista disse que, informado, o Ministério da Educação mandou dizer que talvez para a semana que vem é que terá meios para reabilitar as barracas. Até lá 85 por cento dos alunos da escola "Congresso de Cassacá" vão ficar nas suas casas.

"É uma situação lamentável", referiu o professor João Batista, que espera ter a solidariedade não só do Governo mas de outras instituições para que os alunos possam voltar a ter aulas.

Enquanto tal não acontece, os professores do "Congresso de Cassacá" passam horas a contemplar as ruínas das barracas e as carteiras que ainda se mantêm nos mesmos sítios onde os meninas e as meninas vinham apreendendo até à semana passada.

No espaço onde existiam as barracas hoje apenas se veem os escombros de amontoados de paus, "krintins" (colmo que serve de parede das salas de aulas), madeira, carteiras e um velho quadro ainda com parte da lição ensinada aos alunos um dia antes da queda das barracas.

No momento em que a Agência Lusa visitava a escola um aluno andava pelos escombros. Volta e meia parava e copiava para o seu caderno as palavras escritas no velho e decrépito quadro deixado entre as cadeiras amontoadas.

A associação dos pais e encarregados dos alunos de escola "Congresso de Cassacá" é que não vai ficar a ver a situação tal como está. E promete uma "posição dura" se até a semana que vem não houver uma solução para que as crianças voltem a ter aulas.

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