domingo, 30 de dezembro de 2012

Autoridades tentam recuperar corpos das vítimas do naufrágio

As autoridades portuárias da Guiné-Bissau lançaram  hoje operações de busca com intenção de resgatar corpos de pessoas que terão  morrido no naufrágio ocorrido sexta-feira quando vinham da ilha  de Bolama para Bissau. 

A agência Lusa esteve no cais do porto comercial de Bissau quando cerca  de uma dezena de vedetas rápidas da Marinha de Guerra e pirogas se faziam  ao mar em direção à zona onde, na sexta-feira, uma piroga naufragou matando,  até ao momento, 24 pessoas. 

Fontes da direção da capitania dos portos da Guiné-Bissau, disse à Lusa  que as operações de busca serão difíceis "justamente porque não se sabe  quantas pessoas seguiam na piroga naufragada".  

Oficialmente a capitania dos portos de Bolama tem registado 107 pessoas  como sendo aquelas que compraram a passagem para a viagem, mas os passageiros  sobreviventes admitem que a piroga, de 18 toneladas, poderia estar a transportar  entre 150 e 200 pessoas. 

As autoridades portuárias evitam falar de salvamento já que cerca de  24 horas após o naufrágio seria difícil encontrar pessoas com vida. 

Na mesma altura em que se faziam ao mar as embarcações de busca de corpos,  um navio, fretado pelo Governo, também se preparava para remover os cadáveres  das vítimas originárias da ilha de Bolama. 

O porto de Bissau era um local de tristeza e de lamentos, com várias  famílias a prestarem homenagens aos mortos. 

No local a Lusa ainda tentou obter reações dos elementos do Governo,  mas todos se mostraram indispostos para falar. 

Consternação também é o ambiente que se vive no hospital Simão Mendes,  sobretudo, junto à morgue onde varias famílias continuam sentadas a espera  de notícias sobre os seus entes que poderão ter morrido no acidente. 

"Estamos aqui sentados com esperança de sabermos pelo menos se os corpos  dos nossos familiares que estavam naquela canoa, que pensamos terão morrido,  foram encontrados", disse à Lusa, Júlio Candé, que tinha na piroga três  membros de família mas de cujos paradeiros ainda não sabe. 

A direção do hospital colocou na vitrina duas listas, uma com os nomes  de mortos confirmados e outra com os nomes de pessoas sobreviventes e assistidas.

São 24 mortos (23 confirmados no hospital) e 74 sobreviventes. Destes  apenas uma pessoa ainda continua nos cuidados intensivos do Simão Mendes,  contou à Lusa, o medico Waldires Jaló. 

A Lusa apurou também que o proprietário da piroga naufragada, um cidadão  da Gâmbia, mas que vive na Guiné-Bissau há vários anos, já se encontra sob  custódia da Policia Judiciaria para apuramento de responsabilidades. 

Lusa

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