As autoridades portuárias da Guiné-Bissau lançaram hoje operações de busca com intenção de resgatar corpos de pessoas que terão morrido no naufrágio ocorrido sexta-feira quando vinham da ilha de Bolama para Bissau.
A agência Lusa esteve no cais do porto comercial de Bissau quando cerca de uma dezena de vedetas rápidas da Marinha de Guerra e pirogas se faziam ao mar em direção à zona onde, na sexta-feira, uma piroga naufragou matando, até ao momento, 24 pessoas.
Fontes da direção da capitania dos portos da Guiné-Bissau, disse à Lusa que as operações de busca serão difíceis "justamente porque não se sabe quantas pessoas seguiam na piroga naufragada".
Oficialmente a capitania dos portos de Bolama tem registado 107 pessoas como sendo aquelas que compraram a passagem para a viagem, mas os passageiros sobreviventes admitem que a piroga, de 18 toneladas, poderia estar a transportar entre 150 e 200 pessoas.
As autoridades portuárias evitam falar de salvamento já que cerca de 24 horas após o naufrágio seria difícil encontrar pessoas com vida.
Na mesma altura em que se faziam ao mar as embarcações de busca de corpos, um navio, fretado pelo Governo, também se preparava para remover os cadáveres das vítimas originárias da ilha de Bolama.
O porto de Bissau era um local de tristeza e de lamentos, com várias famílias a prestarem homenagens aos mortos.
No local a Lusa ainda tentou obter reações dos elementos do Governo, mas todos se mostraram indispostos para falar.
Consternação também é o ambiente que se vive no hospital Simão Mendes, sobretudo, junto à morgue onde varias famílias continuam sentadas a espera de notícias sobre os seus entes que poderão ter morrido no acidente.
"Estamos aqui sentados com esperança de sabermos pelo menos se os corpos dos nossos familiares que estavam naquela canoa, que pensamos terão morrido, foram encontrados", disse à Lusa, Júlio Candé, que tinha na piroga três membros de família mas de cujos paradeiros ainda não sabe.
A direção do hospital colocou na vitrina duas listas, uma com os nomes de mortos confirmados e outra com os nomes de pessoas sobreviventes e assistidas.
São 24 mortos (23 confirmados no hospital) e 74 sobreviventes. Destes apenas uma pessoa ainda continua nos cuidados intensivos do Simão Mendes, contou à Lusa, o medico Waldires Jaló.
A Lusa apurou também que o proprietário da piroga naufragada, um cidadão da Gâmbia, mas que vive na Guiné-Bissau há vários anos, já se encontra sob custódia da Policia Judiciaria para apuramento de responsabilidades.
Lusa
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