Bissau: Os guineenses que apoiam as autoridades de transição pediram hoje à comunidade internacional para que deixem o país preparar devidamente as eleições gerais e em tempo certo.
A posição foi defendida por Aliu Cassamá, presidente do movimento de cidadãos que apoiam a transição, no final de uma reunião com os elementos da missão conjunta da comunidade internacional que se encontra de visita à Guiné-Bissau.
A missão, composta por elementos da União Africana (UA), da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), das Nações Unidas e da União Europeia, tem como objetivo auscultar os atores da vida do país e formular propostas para a saída de crise iniciada com o golpe de Estado de 12 de abril passado.
Para Aliu Cassamá, a comunidade internacional e os próprios guineenses deviam trabalhar "com calma" para preparar as eleições gerais e no devido tempo realizá-las "sem pressas"
"Dissemos aos elementos da missão que de facto precisamos de umas eleições livres, justas e transparentes, mas umas eleições bem trabalhadas. Já realizámos várias eleições, duas vezes após períodos de transição, mas no nosso entender nestas duas ocasiões o país foi empurrado para eleições de forma precipitada", defendeu Aliu Cassamá.
"Pedimos à comunidade internacional que nos ajudem a preparar as próximas eleições com toda tranquilidade para que os resultados não venham ser contestados por ninguém. Essa é a nossa preocupação principal", afirmou o presidente do movimento de cidadãos que apoiam a transição politica em curso na Guiné-Bissau.
Aliu Cassamá aproveitou a audiência com os elementos da missão conjunta para apelar à comunidade internacional para que suspenda as sanções impostas contra o país e algumas figuras políticas e militares guineenses.
"Essas sanções não ajudam o país, só servem para complicar a situação geral do povo", observou Cassamá.
A delegação da comunidade internacional reuniu-se hoje também com o presidente do parlamento, Sori Djaló, com o ministro da Justiça do Governo de transição, Mamadu Saído Baldé e com o presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Rui Nené.
O presidente da CNE disse aos jornalistas que pediu apoios financeiros e técnicos à comunidade internacional para que o país possa realizar um recenseamento biométrico de raiz dos potenciais eleitores e logo de seguida preparar as eleições gerais em 2013.
Lusa
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