domingo, 1 de abril de 2012

Crise no Mali e recusa dos resultados eleitorais na Guiné-Bissau dominam o noticiário africano

A crise política instalada no Mali, após o golpe de Estado militar contra o presidente Amadou Toumani Touré, e recusa pela oposição dos resultados da primeira volta das eleições presidenciais antecipadas na Guiné-Bissau, constituem, entre outros, os destaques da semana que hoje finda.

Quanto ao Mali, os presidentes da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), esperados para dar solução à crise política nesse país, foram impedidos quinta-feira de aterrar no aeroporto internacional de Bamako "Senou" por um grupo de apoiantes dos golpistas, que alegam não querer ingerência de outros países nos assuntos internos do seu território.

Tendo a CEDEAO e a Francofonia suspendido o Mali das duas organizações por causa da recusa dos militares devolverem o poder ao Governo democraticamente eleito.

Na Guiné-Bissau, apesar das acusações de cinco candidatos derrotados (Kumba Yalá, Serifo Nhamadjo, Henrique Rosa, Afonso Té e Serifo Baldé) de que as eleições presidenciais antecipadas de 18 de Março foram fraudulentas, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau convocou para o dia 22 de Abril den 2012 a segunda volta do escrutínio.

A eleições presidenciais, segundo a CNE serão disputadas pelos candidatos Carlos Gomes Júnior e Koumba Yalá, que obtiveram respectivamente 48,97 porcento e 23,36 porcento dos votos. 

Constituiu igualmente manchete, a vitória do antigo Primeiro-ministro senegalês, Macky Sall,  na segunda volta das presidenciais no Senegal, cujo empossamento do novo chefe de Estado será realizado segunda-feira, em Dakar.

A Comissão Nacional de Recenseamento dos Votos do Senegal confirmou terça-feira a vitória de Macky Sall na segunda volta das eleições presidenciais de 25 de Março com 65,80 porcento dos votos face ao Presidente cessante, Abdoulaye Wade, que obteve 34,20 porcento.

Foi também matéria de destaque no noticiário africano, a tentativa de negociação quarta-feira entre o Partido Democrático Gabonês (PDG - no poder) e os dirigentes do Congresso Nacional Africano (ANC) da África do Sul para a retirada da candidatura da sul-africana Nkosazana Dlamini  Zuma à presidência da Comissão da União Africana (CUA), igualmente pretendida pelo gabonês Jean Ping.

Devido a múltiplos pontos de vista entre as duas delegações, nenhuma solução foi encontrada, devido a manutenção incondicional da candidatura de Zuma que tem o apoio não só do seu partido, mas também de outros Estados membros da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral).

A situação de crise militar entre o Sudão e o Sudão do Sul,  consta entre os factos que mereceram relevo noticioso na semana.

Os responsáveis sudaneses e sul-sudaneses, que previam reunir-se quinta-feira em Addis Abeba para pôr fim aos confrontos de ambos os exércitos no início dessa semana numa zona fronteiriça, foram adiadas para hoje (sábado), devido a impossibilidade do mediador Thabo Mbeki, o ex - presidente sul-africano, se fazer presente antes de sábado na Etiópia.

Essas conversações foram programadas muito antes dos combates de segunda-feira entre os dois exércitos vizinhos, acompanhados por um bombardeamento da aviação sudanesa às regiões fronteiriças da sua antiga província, que se tornou
independente a 9 de Julho de 2011.

Foi ainda destaque a decisão da União Europeia (UE) de doar 164 milhões 500 mil euros a favor das populações da região do Sahel, onde 15 milhões de pessoas estão ameaçadas pela fome.

Segunda-feira, a Comissão Europeia anunciou, num comunicado divulgado em Bruxelas, que o desembolso destes fundos servem para "ocupar-se das causas das crises alimentares recorrentes" nesta parte de África.

No tocante à região da África Austral, concretamente nas Ilhas Maurícias, a demissão forçada do presidente Anerood Jugnauth, devido a um conflito com o Primeiro-ministro, teve também respaldo noticioso ao longo da semana.

A partir de hoje (sábado), a vice-presidente, Monique Ohsan Bellepeau, vai substituir o presidente nas suas funções, essencialmente honoríficas, o qual precisou que deixaria o cargo para se juntar à oposição.

"Não estou de acordo com a filosofia do Governo e a maneira como está sendo dirigido o país", declarou Jugnauth à imprensa. "Por não estar de acordo, vou partir", acrescentou.

No Zimbabwé, a declaração da procuradoria geral da República de ter dado como encerrado o inquérito sobre a morte, em 2011, num incêndio, do primeiro chefe do exército zimbabweano independente, o general Solomon Mujuru, foi manchete.

“Estou de acordo com as conclusões do inquérito que não retêm nenhum elemento suspeito", declarou o procurador-geral Johannes Tomana, ao diário Herald, acrescentando que "é por isso que recomendei à polícia para encerrar o dossier".

Por fim, a vitória por maioria esmagadora do partido no poder nas eleições legislativas de quinta-feira na Gâmbia, foi igualmente destaque da semana finda.

O partido no poder venceu obtendo 43 dos 48 assentos, durante um escrutínio boicotado pela oposição que acusou o presidente Yahya Jammeh "de abuso do poder".

A Aliança Patriótica para a Reorientação e a Reconstrução (APCR, no poder) que venceu o escrutínio em 18 circunscrições eleitorais sobre as 43 que integram o país.

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