Bissau - Os resultados das consultas entre o governo da Guiné-Bissau e a União Europeia e a presença de militares angolanos no país foram hoje (quarta-feira) temas de audiências entre o primeiro-ministro guineense e delegações de quatro forças políticas com representação parlamentar.
Carlos Gomes Júnior reuniu-se com responsáveis do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde, no poder), PRS (Partido da Renovação Social), PRID (Partido Republica da Independência para o Desenvolvimento) e AD (Aliança Democrática), noticia a LUSA.
Aos responsáveis destas quatro formações políticas, Carlos Gomes Júnior apresentou as conclusões das consultas que o país fez com a União Europeia e também a presença de militares angolanos na Guiné-Bissau, um assunto que tem merecido polémica no meio político.
De forma unânime, Marciano Indi, do PRID, Vítor Mandinga, da AD, Imbunhe Incada, do PRS, e Teodora Inácia Gomes, do PAIGC, saudaram a iniciativa do primeiro-ministro por ter decidido informar as forças políticas com representação parlamentar sobre os dois assuntos.
"Essa deve ser a colaboração ente os partidos da oposição e o governo", declarou Marciano Indi, PRID, que prometeu, contudo, que o seu partido irá estudar os documentos apresentados por Carlos Gomes Júnior e posteriormente tomar uma posição definitiva.
Víctor Mandinga da AD preferiu centrar a sua abordagem sobre a polémica que se faz notar no país quanto à presença de militares angolanos na Guiné-Bissau no âmbito do programa de reforma do sector de defesa e segurança.
"O acordo com Angola foi objecto de abordagem de todas as forças politicas no Parlamento e com a anuência das Forças Armadas. Aqui não há confusão nenhuma. Paremos de arranjar problema onde não existe problema", disse Víctor Mandinga.
Algumas forças políticas, nomeadamente as que não tem assento parlamentar, têm dito que a vinda dos militares angolanos não foi devidamente explicada ao país e que tal representa uma afronta à soberania nacional.
Imbunhe Incada, do PRS, afirmou que gostou do que Carlos Gomes Júnior falou, mas limitou-se a ouvir as informações do primeiro-ministro.
"Estou satisfeitos com as informações que o primeiro-ministro me deu, se de facto corresponderem à verdade. Limitei-me a ouvir o primeiro-ministro e não comentei nada. Não estou autorizado pelo meu partido para trazer comentários em nome do PRS", sublinhou Incada.
O PAIGC, pela voz da deputada Teodora Inácia Gomes, membro do bureau político, diz concordar com as informações prestadas por Carlos Gomes Júnior aos partidos e que a partir de agora aquelas serão disseminadas nas bases do partido.
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