sábado, 30 de abril de 2011

Embaixador da Guiné-Bissau acusado de vender passaportes

A denúncia é de David António Ié, porta-voz de um grupo de 26 emigrantes repatriados para a Guiné-Bissau.

Bissau- Um grupo de emigrantes bissau-guineenses repatriados da Líbia acusou o embaixador do país na Argélia de vender passaportes a cidadãos estrangeiros naquele país da África do Norte.


David António Ié, porta-voz dum grupo de 26 emigrantes repatriados para a Guiné-Bissau, disse à saída de um encontro com o secretário de Estado das Comunidades, Fernando Gomes Dias, que o diplomata vende passaportes nacionais aos cidadãos
estrangeiros na Líbia.


“Quem leva os passaportes da Guiné-Bissau para serem vendidos na Líbia é o próprio embaixador. Confirmo isso aqui claramente”, acusou, indicando que “o que mais nos doe é o comportamento do embaixador na Argélia que quando chamado a resolver o problema ligado à falta de documentos afirma duvidar se os emigrantes residentes na Líbia são puros bissau-guineenses”.


De acordo com David António Ié, neste negócio ilícito o embaixador está em conivência com outro cidadão bissau-guineense na Líbia identificado como Usumane Sana.


“Ele tem na Líbia um indivíduo de nome Usumane Sana que se autoproclamou embaixador, ele é que se responsabiliza pela venda dos passaportes naquele país”, adiantou.


Entretanto, o secretário de Estado das Comunidades, Fernando Gomes Dias, não desmente nem confirma a acusaão, mas diz encarrar o assunto como uma responsabilidade séria.


“Não desminto nem confirmo essa informação, não é essa a minha missão enquanto governante”, acautelou.


“Quero aqui deixar claro que isso é uma responsabilidade grande. Digo isso enquanto responsável de um país. Não se deixem que as indignações, os problemas que estamos a passar nos levem a caluniar o nosso governante lá fora. Busquemos primeiramente ter a certeza das coisas pois são também filhos da Guiné”, aconselha o governante.


Fernando Gomes Dias desafiou ainda aos jovens emigrantes da Líbia a informarem com antecedência o assunto quando recebem este tipo de informação.


“Deviam escrever logo que receberam esta informação, mas não é agora o momento de caluniar o governante. Pois devem entender que ele está a trabalhar para a sua própria segurança de modo a não ser acusado de mandar isso e aquilo ou de vender salvo conduto", afirmou.


Cerca de 137 cidadãos bissau-guineenses, entre os quais estudantes e emigrantes, foram repatriados da Líbia pelo Governo através dos seus parceiros bilaterais e multilaterais, segundo uma fonte oficial.

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