O Representante Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau, Joseph Mutaboba, o Secretário Executivo da CPLP, Domingos Simões Pereira, e o primeiro-ministro guineense Carlos Gomes Júnior reúnem-se hoje em Lisboa para analisarem a situação política naquele país.
No encontro participam também representantes de outros Estados-membros da comunidade, refere um comunicado da CPLP.
Carlos Gomes Júnior está em Lisboa, de regresso de Bruxelas onde, na terça-feira, respondeu às questões da União Europeia no âmbito de uma consulta que os 27 pediram às autoridades de Bissau, no quadro do acordo de Cotonou.
Bruxelas quis avaliar a situação do respeito pelo Estado do direito democrático na Guiné-Bissau, na sequência do levantamento militar ocorrido há precisamente um ano (1 de abril de 2010) e que culminou com a destituição do então chefe das Forças Armadas, Zamora Induta.
Na acção militar, o próprio primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior esteve detido por algumas horas pelos soldados revoltosos comandados pelo general António Indjai, então número dois da hierarquia militar, que mais tarde seria nomeado chefe do Estado-Maior das Forças Armadas guineenses.
A União Europeia nunca quis aceitar os acontecimentos como as autoridades de Bissau os classificaram, um simples incidente nos quartéis, exigindo que os autores do levantamento militar sejam castigados e afastados da hierarquia de comando militar.
À margem das consultas, na quinta-feira, o primeiro-ministro guineense e a delegação que o acompanhou foram recebidos pelo presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.
Para já, Bruxelas decidiu não aplicar sanções contra a Guiné-Bissau, mas exigiu uma série de medidas que devem ser tomadas rapidamente para demonstrar a supremacia do poder civil sobre os militares.
A CPLP é uma das organizações que tem apelado para que a UE não aplique as sanções contra a Guiné-Bissau, com a argumentação de que aquelas medidas poderiam piorar a situação no país.
Lusa
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