Bissau - A União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG) e a Confederação Geral dos Sindicatos Independentes da Guiné-Bissau (CGSIGB) iniciaram, esta segunda-feira, 16 de Dezembro, uma greve geral que deverá terminar a 21 de Dezembro.
A paralisação teve início pelas 7.30 horas de Bissau, e terminará à meia-noite de 21 de Dezembro.
Em declarações sobre a greve, Estêvão Gomes Cô, secretário-geral da UNTG disse, este fim-de-semana, que o Governo de transição ficou perplexo com a acção, e apelou também aos transportes públicos e táxis a aderirem à greve.
Queremos apelar a todos os motoristas de transportes públicos, através dos seus sindicatos, no sentido de aderirem a esta greve, mobilizando as suas bases para aderirem à nossa nobre luta», disse Estêvão Gomes Cô.
«Dizem que quem cala consente. Este Governo empurrou-nos para greve porque não está interessado», destacou, sublinhando que houve um «desprezo total» do Executivo para com os sindicatos.
Na ocasião, o secretário-geral da CGSIGB, Filomeno Cabral, fez também um apelo aos funcionários guineenses no sentido de aderirem à paralisação.
Em termos de custo de vida, Filomeno Cabral disse que os preços subiram a dobrar em relação aos tempos passados e ainda se registam dívidas, com os salários em atraso.
Os preços dos produtos de primeira necessidade subiram tal como nunca visto nos tempos passados, enquanto esta gente nos dizia que agora não está na altura de pagar estes salários», afirmou Filomeno Cabral.
Aos militares e polícias, enquanto funcionários públicos, o responsável da CGSIGB deixou a mensagem de que os sindicatos irão entrar em greve em seu nome, pois a lei não lhes confere este direito na Guiné-Bissau.
Em causa estão cinco questões, entre as quais a UNTG e a CGSIGB destacam a convocação regular das reuniões do Conselho Permanente de Concertação Social, o pagamento de salários e subsídios em atraso, a regularização do preço dos produtos de primeira necessidade, o cumprimento dos acordos pendentes rubricados com diversos sindicatos públicos em reivindicações e a situação da segurança social.
A iniciativa desta paralisação foi justificada pelas duas centrais sindicais como resultado de várias tentativas de persuasão do Governo de transição no sentido de negociar e assumir as suas responsabilidades devidas nos termos da lei, o que não aconteceu, estando limitado a agir à margem da lei e da Constituição da República.
A PNN soube que o Governo já está a servir-se, desde as primeiras horas da manhã, de viaturas do Ministério da Defesa para transportar pessoas que desejem deslocar-se para outros lugares ou postos de serviço, na capital guineense.
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