«Tem exatamente os mesmos objetivos e naturalmente põe em causa a segurança das pessoas», diz MNE português
O ministro dos Negócios Estrangeiros português considerou, esta segunda-feira, que o incidente com o voo da TAP entre Bissau e Lisboa em 10 de dezembro esteve «muito próximo dos atos de terrorismo».
«Foi um ato muito próximo dos atos de terrorismo, portanto, que tem exatamente os mesmos objetivos e naturalmente põe em causa a segurança das pessoas», afirmou Rui Machete em declarações aos jornalistas em Bruxelas, à margem do Conselho de Negócios Estrangeiros.
O chefe da diplomacia portuguesa adiantou ter feito uma intervenção sobre o caso na reunião e que todos os parceiros europeus partilham da «preocupação» do Executivo português, referindo ainda que espera que a Guiné-Bissau «dê garantias suficientes» para que a ligação aérea, que foi suspensa, possa ser retomada.
Rui Machete revelou ainda que quase todos os 74 presumíveis cidadãos sírios com passaporte falso que chegaram a Lisboa a bordo do voo da TAP, na semana passada, já pediram o estatuto de refugiado e que estes estão a ser analisados «caso a caso».
O ministro acrescentou haver «indicação clara de que os sírios que vieram, que fugiram de uma situação difícil, e que estavam a viver, presume-se, na Turquia, pagaram uma determinada quantia por cabeça a uma organização» com pessoas «ligadas a membros do governo da Guiné-Bissau».
Rui Machete referiu que esta situação «demonstra a fragilidade da situação política» na Guiné-Bissau, atualmente com um governo transitório não reconhecido por Portugal, e disse esperar que as eleições previstas para 16 de março possam ser fiscalizadas pela União Europeia.
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