Para os portugueses na Guiné-Bissau que querem passar o Natal em Portugal, a suspensão dos voos da TAP para o país "caiu que nem uma bomba", disse à Lusa, Silvana Fernandes, uma das passageiras com voo marcado para os próximos dias.
"Tenho voo marcado para terça-feira, pelo que ainda tenho alguma margem de manobra, mas estou muito preocupada. Isto vai complicar todos os voos e não sei que soluções é que vão apresentar", refere a técnica de formação portuguesa.
A situação é ainda mais complicada "porque é altura de Natal e estamos aqui neste impasse", já com o programa feito para passar a quadra em família.Para já a solução é esperar por indicações da TAP, refere.
Outra portuguesa, Carolina Rodrigues, também técnica de formação na Guiné-Bissau, esperava ver a família na sexta-feira."Já tinha voo marcado e não reagi muito bem. Estava à espera de encontrar a minha família depois de amanhã [na sexta-feira] e isso não vai acontecer", referiu.Apesar de tudo diz compreender as razões evocadas pela transportadora aérea portuguesa.
"A título pessoal gostaria que o voo acontecesse, mas compreendo que a nível político seja uma situação delicada e que exija uma decisão radical", referiu à Lusa.Tal como outros tantos passageiros, Carolina planeia logo cedo, na quinta-feira, dirigir-se até às instalações da TAP em Bissau e "procurar alternativas".
Rui da Silva, bolseiro de investigação na Guiné-Bissau, esperava regressar na sexta-feira a Lisboa.Agora, sente-se "penalizado", enquanto cliente, por um problema que vai mais além do incidente com o voo da última terça-feira.
"Parece-me mais que as pessoas arranjaram estratégias para chegar à Europa. Acabaram por se criar barreiras e em vez [de viajarem] de barco até Lampedusa, arranjam uma forma de chegar à Europa muito mais segura e confortável", concluiu.
A TAP anunciou hoje a suspensão da operação para Bissau "perante a grave quebra de segurança ocorrida" no embarque de um voo para Lisboa na terça-feira, que implicou o transporte de 74 passageiros sírios com passaportes falsos.
Em comunicado, a transportadora aérea portuguesa refere que a rota "encontra-se suspensa até uma completa avaliação das condições de segurança no aeroporto" da capital da Guiné-Bissau. A companhia aérea adianta que está a "desenvolver esforços para minimizar o impacto" desta suspensão para os passageiros, estando, "designadamente, a procurar ligações alternativas".
Fonte do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) de Portugal disse à Lusa que o comandante do voo da TAP foi forçado a proceder ao embarque dos passageiros por parte das autoridades da Guiné-Bissau.
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