O ministério dos Negócios Estrangeiros anunciou esta quarta-feira que transmitiu ao encarregado de negócios da Guiné-Bissau em Lisboa "a gravidade" do embarque de sírios com documentos falsos no aeroporto de Bissau e afirmou apoiar a suspensão de voos pela TAP.
O ministério de Rui Machete afirma, em comunicado, que o encarregado de negócios da Guiné-Bissau "foi chamado" ao ministério dos Negócios Estrangeiros, "tendo-lhe sido transmitida a gravidade do ocorrido", uma das "medidas no campo diplomático" que o Governo português "encetou desde o primeiro momento".
Em causa está o embarque, na madrugada de terça-feira, de 74 passageiros "com documentos comprovadamente falsos no voo TP202 de Bissau para Lisboa", apesar "dos alertas das competentes autoridades portuguesas e da companhia aérea", naquilo que, para o MNE, configura "mais uma grave quebra de segurança no aeroporto de Bissau".
Na sequência deste episódio, a TAP "viu-se obrigada a suspender a rota Lisboa/Bissau/Lisboa até uma completa reavaliação das condições de segurança oferecidas pelas autoridades guineenses no aeroporto em Bissau", uma decisão que o Governo português "compreende e apoia", acrescenta o MNE.
No mesmo comunicado, o Palácio das Necessidades afirma que o Executivo "continua em contacto com a TAP para que se encontrem rotas alternativas para os passageiros afetados enquanto aquela ligação estiver suspensa".O Governo recorda que "as condições de segurança na Guiné-Bissau se deterioraram fortemente após o golpe de estado de abril de 2012", motivo pelo qual estão desaconselhadas "quaisquer viagens não essenciais àquele país".
A Lusa procurou obter declarações do encarregado de negócios da Guiné-Bissau em Lisboa, mas sem sucesso até ao momento.Um grupo de 74 sírios, passageiros num voo proveniente da Guiné-Bissau foi, na terça-feira, retido no aeroporto de Lisboa por uso de passaportes falsificados da Turquia.
Segundo o Instituto da Segurança Social (ISS), o grupo de refugiados é constituído por 51 adultos e 23 menores.
Fonte do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) disse à Lusa que o comandante do voo da TAP foi forçado pelas autoridades da Guiné-Bissau a proceder ao embarque dos passageiros.
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