A União Africana (UA) quer ver esclarecido o caso dos 74 sírios embarcados à força num voo da TAP da Guiné-Bissau para Portugal, disse hoje o representante da organização, o diplomata santomense, Ovídio Pequeno.
Falando numa conferência de imprensa na delegação da UA, em Bissau, Ovídio Pequeno afirmou que o incidente não só coloca em causa o relacionamento ao nível de cooperação política entre os dois países, mas também cria dificuldades humanitárias.
O representante apontou o facto de "muitos doentes" guineenses não poderem viajar para Portugal, onde iriam receber tratamento médico em centros especializados, por falta de voos diretos entre os dois países.
"Também temos indicação de que há corpos em Portugal que aguardam para ser entregues às famílias na Guiné-Bissau", acrescentou Ovídio Pequeno.
Para o representante da UA em Bissau, o caso do envio forçado dos 74 sírios de Bissau para Lisboa "criou um problema sério" entre os dois países.
Ovídio Pequeno tem esperança que a comissão de inquérito criada pelo Governo guineense esclareça o que se passou.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros e do Interior puseram os cargos à disposição, o que aquele responsável diz serem "sinais que nos indicam que medidas paulatinas estão a ser tomadas no sentido de resolver esta questão", observou.
O Conselho de Ministros do Governo de transição da Guiné-Bissau prorrogou hoje por um dia os trabalhos da comissão de inquérito que está a averiguar o caso, pelo que as conclusões devem ser entregues ao Executivo na quinta-feira.
Sem comentários:
Enviar um comentário