Mudanças afetarão apenas a escrita, pronúncias de cada país não serão afetadasCecile Graat/SXC
Esse ano, de 2012, é o último para os países que falam a Língua Portuguesa se adaptarem às novas regras ortográficas. Aprovado por decreto no Brasil em 18 de abril de 1995, o acordo ortográfico tem o objetivo de unificar a linguagem escrita de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
As regras entraram em vigor no Brasil em 1º de janeiro de 2009, mas serão consideradas lei a partir de 1º de janeiro de 2013. Para o educador José Everaldo Nogueira Júnior, responsável pela Everconsultoria e professor da PUC (Pontifícia Unidade Católica) de São Paulo, “é importante lembrar que a mudança é somente ortográfica, não muda nada no jeito de falar e não existe a preocupação de unificar a pronúncia desses países, apenas a escrita”.
Ainda segundo Nogueira Jr., Portugal sofrerá mais com as mudanças do que o Brasil. “No Brasil, a mudança não chega a mais que 0,5%. Já Portugal terá alteração em mais de 1,5% das palavras, o triplo”, diz o professor. “A questão do ‘c’ em palavras como fato, que era facto, pode complicar para eles”, acrescentou.
Dúvidas
Isso acontece, ainda de acordo com o educador, porque o Brasil sozinho tem população maior do que os outros sete países, por isso, nossa forma de escrever será a menos afetada. Apesar disso, Nogueira Jr. aponta que “existe preocupação muito grande em relação ao uso do hífen, eu concordo, mas se você pegar qualquer página de livro e contar o número de palavras com hífen, é irrisório”, conta. Além disso, a perda do trema e dos acentos diferenciais no caso de palavras iguais – como pára e para – também pode ser um problema.
Entretanto, para acabar com essas dúvidas “basta consultar o Volp (Vocabulário da Língua Portuguesa)”, complementa.
Para Nogueira Jr., a unificação da ortografia na Língua Portuguesa é muito positiva, tanto no ponto de vista político quanto econômico. Segundo ele, atualmente existe muita troca de documentos de literatura, de registro escrito, além de documentos de acordos internacionais.
Identidade
Antes da mudança, eram redigidos dois acordos, com a mudança na lei, será apenas um. Do ponto de vista econômico, um mesmo livro pode ser vendido nos outros países, sem a necessidade de revisão e uma nova edição.
“Além disso, o processo é muito mais do que uma mudança no registro escrito. É uma questão de identidade nacional. A Língua Portuguesa era a única no mundo todo escrita de duas formas. Acho a mudança ótima”, ressalta o professor.
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