Bissau - Autoridades políticas e sanitárias da Guiné-Bissau estão reunidas em Bissau para, durante dois dias, discutir as novas estratégias do combate à sida, cuja taxa de prevalência é de 3,3 porcento no país.
No discurso de abertura do seminário, o ministro da Saúde guineense, Camilo Simões Pereira, afirmou que com a elaboração do novo plano estratégico nacional, PN3, o Governo está a colocar a sida no centro da agenda política do país, porque, frisou, o tratamento e o combate à doença é uma questão humanitária e de segurança.
Camilo Simões Pereira, lembrando o lema do fundador da nacionalidade guineense, Amílcar Cabral, durante a luta armada pela independência do país, afirmou que a "hora é de acção e não de palavras" no combate ao flagelo do sida na Guiné-Bissau.
O governante anunciou um conjunto de medidas que vão ser adoptadas pelo governo, nomeadamente o alargamento da assistência às pessoas portadores do vírus, a melhoria da legislação que protege os doentes e ainda a introdução de módulos sobre sida nos currículos escolares de cursos sobre a saúde pública.
Simões Pereira salientou que o Governo pretende acabar com novas infecções de sida até 2016, através da implementação do Plano Nacional de Saúde Pública.
O secretário executivo do Comité Nacional de Luta contra a Sida, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros João Silva Monteiro, disse ter gostado da abordagem nacional na luta contra a doença mas pediu ao Governo para que tome medidas concretas contra a descriminação de pessoas portadoras do vírus.
"Repudio as práticas inadmissíveis de descriminação às pessoas portadoras do HIV nomeadamente em serviços do Estado", disse João Silva Monteiro, explicando que certos serviços públicos não aceitam contratar pessoas portadoras do vírus mediante a apresentação de certificado de robustez física.
O responsável destacou igualmente a sua preocupação na implantação da estratégia nacional do combate à doença, com a aproximação de um "período de incerteza política" derivado das eleições presidenciais antecipadas.
"O país tem evoluído no combate à doença, mas o contexto político que se avizinha pode dificultar a implementação da estratégia de combate à sida", defendeu João Silva Monteiro.
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