A Guiné-Bissau despediu-se, este domingo, do seu presidente, Malam Bacai Sanhá, num 'adeus' sentido em termos religiosos e com cerimónias marcadas pela emoção e uma afluência jamais vista no enterro de um guineense.
Transportados em marcha lenta do Parlamento para a Fortaleza d'Amura, numa distância de cerca de três quilómetros, os restos mortais de Malam Bacai Sanhá só foram depositados na sepultura após uma homenagem das autoridades do país, incluindo o presidente interino, Raimundo Pereira, o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior e a presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Maria do Céu Monteiro, e algumas individualidades estrangeiras.
Feitas as homenagens, pontuadas com a deposição de coroas de flores na campa do falecido Presidente, situada ao lado da de Amílcar Cabral (político africano falecido em 1973), os responsáveis políticos cederam o lugar aos líderes religiosos muçulmanos para procederem aos rituais islâmicos, já que Sanhá professava a religião islâmica.
Depois do enterro, Bacar Ducuré, um ancião que assistia às cerimónias, disse à Lusa que nos seus mais de 60 anos de vida jamais tinha assistido a uma homenagem "tão sentida como aquela que os guineenses deram a Malam Bacai Sanhá".
continuava com pessoas que espreitavam uma oportunidade para ir visitar a campa.
"Queremos entrar aí para irmos ver a campa do nosso presidente", disse à Lusa Segunda Cá, uma jovem estudante que se deslocou do bairro de Pluba, juntamente com os colegas, para prestar a última homenagem ao chefe de Estado.
Tal como se ouviu no sábado, quando o corpo era transportado do aeroporto para a sua residência, os guineenses voltaram este domingo a gritar "Mambas para sempre, glória eterna ao presidente".
"Mambas" era o diminutivo carinhoso pelo qual os guineenses tratavam Malam Bacai Sanhá.
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