quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Mais de 16 embaixadores passaram ontem pela embaixada guineense em Lisboa

Lisboa - Mais de 16 embaixadores deixaram ontem (terça-feira) de manhã mensagens no livro de condolências que a embaixada da Guiné-Bissau em Lisboa abriu após a morte do Presidente, Malam bacai Sanhá, em Paris.

O Presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, morreu segunda-feira no hospital militar Val de Grâce, em Paris, e a embaixada guineense em Lisboa abriu um livro de condolências, que estará disponível entre as 10:00 e as 12:30 e das 14:00 às 16:00 entre hoje e sexta-feira.

"São palavras de encorajamento, de solidariedade, de que a Guiné não está só porque os seus povos estão connosco", disse o embaixador Fali Embaló à Lusa, referindo-se às mensagens deixadas pelos embaixadores que até às 12:00 haviam passado pela embaixada.

O embaixador de Angola, José Marcos Barrica, foi o primeiro a escrever no livro, seguindo-se representantes de países como o Senegal, a Noruega, o Panamá, a Estónia, o Koweit, do Chile, bem como o embaixador do Brasil junto da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP).

"Fiquei muito comovido com a conversa que tive com os colegas de Angola, Senegal e Noruega", destacou Fali Embaló.

Em declarações à Lusa após assinar o livro de condolências, colocado numa pequena sala da embaixada, junto a uma imagem de Malam Bacai Sanhá e a uma bandeira da Guiné-Bissau, o embaixador do Chile, Fernando Ayala González, considerou que a morte do Presidente guineense é "uma perda para o movimento democrático mundial".

Malam Bacai Sanhá, afirmou o diplomata, era "um lutador pela liberdade e a independência do seu país e também por afirmar a democracia".

Questionado sobre o impacto que o desaparecimento de Malam Bacai Sanhá poderá ter na estabilidade política da Guiné-Bissau, o embaixador guineense defendeu que, por se tratar de uma morte natural, "pode unificar ainda mais os guineenses".

"Penso que isto pode reforçar ainda mais as relações de amizade que existem entre as diversas etnias, rumo ao desenvolvimento do país", disse.

Argumentando que a memória do Presidente, "como estadista, como homem de paz e de cultura, merece respeito", o embaixador apelou a "todas as forças vivas da nação" para que promovam a coesão e levem o país até às próximas eleições.

Sobre a comunidade guineense em Portugal, o embaixador afirmou que já houve quem tivesse passado na embaixada, mas manifestou-se confiante de que mais pessoas irão deixar as suas mensagens no livro de condolências.

"Temos uma importante comunidade e eu conto com eles", disse.

Eleito Presidente em 2009, Malam Bacai Sanhá, de 64 anos, tinha problemas de saúde que o obrigava a deslocar-se várias vezes a Dakar e a Paris. Até hoje nunca foi esclarecida a verdadeira causa da doença.

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