Bissau - O governo Ilegítimo de transição da Guiné-Bissau apresentou quarta-feira a parceiros internacionais o programa de trabalhos para a realização de eleições gerais em 2013, com um orçamento total estimado em quase 20 milhões de euros.
A reunião juntou elementos do governo de transição e representantes da União Africana, Banco Mundial, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO). Também estiveram presentes, entre outros, representantes da África do Sul, Rússia e da Guiné-Conakry.
José Biai, ministro da Economia e Integração Regional, disse aos jornalistas no final da reunião que o encontro -- que não foi o primeiro e se destinou a trocar informações sobre o processo de transição -- serviu para apresentar e discutir o cronograma e orçamento das eleições, que o presidente de transição, Serifo Nhamadjo, já disse querer realizar em Abril.
"O segundo objectivo era pedir o apoio técnico e financeiro para a realização das eleições", disse o ministro, que não revelou se o apoio foi prometido, explicando apenas que a comunidade internacional apresentou sugestões em termos de calendário e pediu o reforço do diálogo interno.
"Deram sugestões no sentido de que a questão técnica não preocupa muito, porque sem dúvida haverá dinheiro. O que solicitaram foi o entendimento interno, de inclusão de todos os guineenses", precisou António Sedjaman, secretário-executivo da Comissão Nacional de Eleições (CNE).
De acordo com este responsável, a cartografia está em fase de conclusão, devendo terminar dentro de uma semana na região de Biombo e passando depois para Bissau, a última área que falta cartografar. O recenseamento biométrico, acrescentou, deverá iniciar em finais de Outubro e decorre até Dezembro/Janeiro.
"A comunidade internacional mostrou-se disponível. Vamos continuar com o diálogo. Solicitamos, e eles concordaram, que deve haver diálogo constante", disse o representante da CNE, adiantando que na reunião de hoje participaram mais parceiros do que na anterior.
"O que quer dizer que a comunidade internacional começou a entender que precisam de dar um apoio à Guiné-Bissau para que haja uma saída e essa saída só é possível com eleições legislativas e presidenciais", opinou António Sedjaman.
Para as operações eleitorais, a CNE calcula que sejam necessários cerca de 5,5 milhões de euros, mas segundo António Sedjaman, todas as fases do processo (incluindo a cartografia e o recenseamento) têm um custo estimado de quase 20 milhões de euros.
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