sábado, 8 de setembro de 2012

Diplomata diz que modelos para resolução da crise são pouco funcionais

Maputo - O ex-representante da ONU na Guiné-Bissau, João Bernardo Honwana, considera que os modelos adoptados pela comunidade internacional para resolver a crise guineense "não são efectivamente aplicáveis e funcionais" para a situação que se vive naquele país africano.  

O moçambicano João Bernardo Honwana, actual director da segunda Divisão de África do Departamento dos Assuntos Políticos da ONU, integra uma missão conjunta das Nações Unidas e da União Africana, que hoje apelou ao Presidente moçambicano, Armando Guebuza, para encontrar uma saída para a situação socio- política na Guiné-Bissau. 

Falando na quarta-feira numa palestra no Instituto Internacional de Relações Internacionais de Moçambique, João Bernardo Honwana assinalou que "a comunidade internacional ainda não foi capaz, até aqui, de fazer aceitar à massa pensante guineense os valores da paz e da democracia, diferentemente do caso moçambicano, por exemplo", após o acordo geral de paz em 1992. 

"Não há soluções fáceis para um problema como a Guiné-Bissau", disse o director da segunda Divisão de África do Departamento dos Assuntos Políticos da ONU, citado pelo jornal Notícias de Maputo. 

Hoje, a missão conjunta da ONU e da União Africana, liderada pelo actual representante das Nações Unidas na Guiné-Bissau, Joseph Mutaboba, reuniu-se com Armando Guebuza, presidente em exercício da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).  

Falando na qualidade de porta-voz, João Bernardo Honwana disse que Moçambique foi uma das etapas das consultas que a missão está a realizar na CPLP, que continua a reconhecer o Governo deposto no golpe de Estado de abril, e na Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que defende o Governo de transição na Guiné-Bissau.   

"O ponto de situação actual neste momento é que o país está praticamente paralisado. Existe um Governo de transição cuja capacidade operacional é bastante reduzida", disse.  

O diplomata assinalou que o presidente moçambicano deu "vários pontos de vista de vários aspectos da crise na Guiné-Bissau" e encorajou a missão a continuar a trabalhar para a busca de consenso. 

"A solução do problema da Guiné-Bissau terá que vir dos próprios guineenses e a comunidade internacional tem um papel importante de apoio, de aconselhamento de procurar utilizar experiências adquiridas noutros contextos para que se encontre uma solução durável e viável, uma solução que permite o país avançar", afirmou, no entanto, Honwana. 

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