Bissau - A segurança e a estabilidade na Guiné-Bissau vão juntar no sábado políticos, académicos e militares em Bissau, num colóquio organizado para assinalar os 39 anos da independência do país.
A Guiné-Bissau proclamou unilateralmente a independência de Portugal a 24 de Setembro de 1973, faz na próxima semana 39 anos.
A data, feriado, será assinalada em Bissau com várias iniciativas, nomeadamente uma parada militar, e já no próximo sábado o colóquio junta elementos do governo de transição, o Presidente da República de Transição e académicos, de acordo com Bacar Camará, o promotor da iniciativa.
Além de Serifo Nhamadjo, Presidente de transição, deverão participar, entre outros, Daba Na Walna, professor e o militar que foi porta-voz do comando que fez golpe de Estado na Guiné-Bissau a 12 de abril passado, Fernando Vaz, ministro da Presidência e porta-voz do Governo de transição, e Hermínio Joaquim de Matos, professor do Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna, de Lisboa.
Os dirigentes dos principais partidos e a sociedade civil também estão convidados, disse Bacar Camará à Lusa, também ele licenciado pelo instituto lisboeta. "Não excluímos nenhuma formação política porque caso contrário não seria um colóquio nacional mas sim uma reunião partidária", salientou.
Vão debater-se as dinâmicas migratórias, o impacto da comunicação social no processo de consolidação da paz e democracia na Guiné-Bissau, e a segurança nos dias de hoje "mas sempre a pensar na paz e estabilidade, rumo ao desenvolvimento", explicou.
"Precisamos de falar abertamente, não adiar soluções nem problemas e o colóquio faz parte disto, disse o responsável, explicando que a iniciativa já tinha estado agendada para Março passado, pelo que está em preparação "há quase um ano".
De acordo com o programa, o colóquio destina-se a "provocar um debate nacional" que leve a um "pacto nacional de estabilidade para o desenvolvimento", criar condições para executar reformas vitais para o funcionamento regular das instituições, e promover o sentimento de segurança e cultura de paz, permitindo o investimento estrangeiro.
Bacar Camará lembrou que o mês de Setembro "toca muito aos guineenses", porque é o mês da independência, mas também em que nasceu Amílcar Cabral, o fundador do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), partido que também foi criado em Setembro.
Para assinalar a data da independência, devia realizar-se também uma conferência sobre a diáspora guineense, mas que foi adiada para Outubro.
A conferência já tinha sido agendada para Janeiro passado, mas acabou por não se realizar devido à morte do Presidente da República, Malam Bacai Sanhá.
A morte do Presidente eleito levou a eleições presidenciais antecipadas, tendo Raimundo Pereira, presidente da Assembleia Nacional, assumido a Presidência, de acordo com a lei. O Primeiro-ministro eleito, Carlos Gomes Júnior, e o líder da oposição, Kumba Ialá, deviam disputar a segunda volta mas o golpe de Estado de 12 de Abril interrompeu o processo.
Um Governo de transição dirige o país, mas o mesmo não é reconhecido por grande parte da comunidade internacional.
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