sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Regresso de Malam Bacai Sanhá foi capa na imprensa

Bissau – Esta semana os destaques são muito diversos nos vários jornais guineenses. O assunto de Bubo Na Tchuto e os vários processos judiciais foram referidos.
No Última Hora, em manchete, uma banda desenhada, pretende representar a encruzilhada dos processos judiciais que o Ministério Público está a «desembrulhar», assim como outros já arquivados. Num jogo de palavras, o semanário representa as figuras na caricatura a questionarem, por exemplo, ao que se entende, o Procurador-geral da República, sobre o caso de «Nino» e Tagme, caso Bubo Na Tchuto, da droga e das pescas, ao mesmo tempo que interroga: «Que justiça querem os guineenses? Processos que envolvem militares serão abordados quando, Dr?».

«O ritmo a que o Ministério Público está a funcionar é bom mas, nota-se claramente que, quando em Novembro do ano passado, Amine Saad, foi chamado para dirigir o Ministério Público, o Presidente da República disse entre, que os processos ligados às mortes de «Nino» Vieira e Tagme Na Waié deviam constituir prioridades, o que no entender do jornal não está a ser o caso», diz o semanário. Por exemplo, «preferiu-se dar solução ao processo ligado ao caso de aeronave suspeita de transportar droga; preferiu-se, já agora abordar a questão da droga guardada no tesouro público», escreve ainda.

O Última Hora escreve ainda na primeira página que obteve declarações esta semana do Primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, segundo as quais «se Bubo for entregue ao Governo vai para a cadeia. Ele deve ser julgado, porque é desertor». Sobre esta matéria o Diário Bissau escreve: «PRS acusa Governo de não deixar Bubo em liberdade». O jornal fazia assim alusão ao comunicado do Partido da Renovação Social, segundo o qual, citando dos renovadores, «a sede da ONU em Bissau está a ser alvo de um inaceitável cerco por parte das Forças Armadas, numa atitude de afronta, de vergonha e de falta de autoridade, perante uma instituição cujo único objectivo no país é de prestar assistência aos mais variados programas de desenvolvimento». Ainda relativamente a este caso, Bantaba de Nobas, destaca o comunicado do PRS. «PRS pede ao Governo explicações sobre caso Bubo Na Tchuto».

Mudando do assunto, o Diário Bissau destaca na capa o regresso do Presidente da República: «Malam Bacai Sanhá regressa ao país depois de exames médicos», é o título do semanário guineense, recordando que a estadia do Presidente, em Paris, para exames médicos, gerou uma onda de especulação, ao ponto de vários órgãos de comunicação social da vizinha república do Senegal anunciarem que o presidente estava em estado de coma, o que foi prontamente desmentido pela representação da diplomacia guineense.

Ainda no Diário Bissau: «Não há condições para o meu regresso ao país para responder à justiça», afirma Aristides Gomes. O antigo Primeiro-ministro, disse que não existem condições de segurança na Guiné-Bissau para que ele possa voltar e ser ouvido pelo Ministério Público, no caso relacionado com o desaparecimento de 674 quilos de droga do tesouro público, aquando da sua vigência como chefe do executivo, em 2006. Por outro lado, sublinhou que foi o primeiro Chefe de Governo guineense que iniciou os contactos de mobilização da comunidade internacional, através de trocas de correspondências, delegações e de incentivos à Polícia Judiciária nos trabalhos de apreensões de droga.

Por sua vez, o No Pintcha, em grande plano, destaca que «na próxima mesa redonda de doadores, Grã-Bretanha promete apoiar projectos da Guiné-Bissau». Citando o representante especial do Governo britânico para os Mecanismos da Paz, o ex primeiro-ministro da Escócia, Jack McConnell, o jornal estatal escreve que a «Grã-Bretanha, enquanto membro das Nações Unidas e da União Europeia, quer continuar a ver estas duas organizações a apoiarem o desenvolvimento da Guiné-Bissau». Ainda no No Pintcha, pode ler-se: «Ministério Público arquiva processo que envolvia «Nino» Vieira e Carlos Gomes Júnior».

Numa referência ao artigo publicado no jornal online Bissau Digital, o jornal estatal adianta que está arquivado o processo que opunha o então Presidente da República, «Nino» Vieira e o actual Primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior. A decisão consta de um despacho do Ministério Público. Este processo remonta a 2006, quando Carlos Gomes Júnior, na altura, Chefe do Governo, em declarações à Lusa, teria alegadamente acusado «Nino» Vieira de ser o mandatário do crime que vitimou o Comodoro Lamine Sanha, antigo Chefe de Estado-maior da Armada guineense, lembra o semanário.

O mesmo semanário adianta numa reportagem de quase duas páginas que «medicamentos de morte» estão a ser vendidos diante de olhos complacentes das autoridades. Os dados apontam para que nos últimos anos, tenham sido inúmeras as vítimas mortais, para além de outras que ficaram com problemas físicos, em consequência do consumo de medicamentos adquiridos fora de farmácias, ou seja, dos vendedores ambulantes que comercializam estes remédios nos mercados. Sobre esta reportagem, o jornal publicou fotos de compradores e vendedores destes medicamentos.

Lassana Cassama
(c) PNN Portuguese News Network

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