sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Imprensa destaca suspeita tráfico de droga no país

Bissau – O caso dos quatro indivíduos suspeitos de ligação com o tráfico de droga, já libertados sob medida de coação, dominou, em parte, a manchete dos jornais guineenses.

No Última Hora «Infelizmente ainda há agentes do Estado ligados ao processo de droga», cita as palavras do Chefe de Estado-maior General das Forças Armadas, José Zamora Induta, que esta semana deu uma conferência de imprensa a propósito da detenção dos quatro indivíduos, depois de se ter deslocado a Gã-Tumané, a cerca de 100 quilómetros de Empada, na Região de Quinara, onde os suspeitos foram encontrados.

«Outra questão levantada pelo Chefe de Estado-maior General das Forcas Armadas é a necessidade desses processos conhecerem o fim”, escreve o Última Hora, que citava José Zamora Induta. «Os militares guineenses não querem que esse processo seja como os outros, que são levantados num dia e no outro as pessoas saem para a rua», apontava o jornal.

Sobre o mesmo caso, o Diário Bissau avançou para título «Zamora Induta promete um combate sem tréguas aos narcotraficantes». O Chefe de Estado-maior General das Forças Armadas confirmou que existem provas que indicam que os narcotraficantes estão a testar a possibilidade de voltar a operar no território guineense.

Zamora Induta afirma estar consciente de que a detenção de suspeitos por tráfico de droga «não é uma das missões dos militares», mas é justificada quando o país não apresenta estruturas capazes de fazer frente às redes de narcotraficantes. Induta lamentou ainda o envolvimento de indivíduos ligados ao Estado, divulga o Diário Bissau».

Noutras linhas de actualidade o Diário Bissau faz referência às informações sobre o estado de saúde do Presidente da República. «Presidente está bem, mas vai continuar no hospital por mais alguns dias», são palavras do encarregado de negócios da embaixada da Guiné-Bissau em Paris, França, o embaixador Nagib Jawad, minutos depois de ser veiculada a notícia de que o Presidente Malam Bacai Sanhá estava em estado de coma.

O mesmo semanário descreveu o clima que dominou a noite do dia 2 de Janeiro, segunda-feira, quando uma rádio da capital guineense anunciou que o Presidente Malam Bacai Sanhá se encontrava em estado de coma em Dacar. «Foram minutos dilacerantes em busca da verdade dos factos. Os centrais de telemóveis disparam e quase estiveram à beira da ruptura de capacidade de atendimento. Na noite de dia 1, às 21horas, milhares de terminais de telemóveis entraram nas linhas para obter mais pormenores sobre as notícias veiculadas. Mas, em poucos minutos, dos resultados de vários contactos, vieram os respectivos desmentidos através de várias fontes próximas ao Presidente Malam Bacai Sanhá», descreve o jornal. O Diário Bissau concluiu que se tratava de uma falsa informação.

Do Diário Bissau para o Nô Pintcha, que a toda a largura da capa apresentou uma caricatura do Procurador-geral da República, Amine Saad, com dois cães, dirigindo-se para a sede do Parlamento na busca dos deputados que devem ser ouvidos no âmbito do processo sobre o alegado desvio de 674 quilos de cocaína do tesouro público guineense, em 2006. O Ministério Público teria pedido ao presidente da ANP informações quanto aos estatutos do então primeiro-ministro, Aristides Gomes, e de Victor Mandinga, na altura, Ministro das Finanças.

«O pedido do Ministério Público, datado de 26 de Janeiro, visa «facilitar as devidas diligências e eventuais notificações que possam vir a ser requeridas», ao antigo Chefe do Governo e ao titular da pasta das Finanças. Outro destaque do Nô Pintcha foi a retirada estratégica da ONU, sendo o título «Nações Unidas definem prioridades de intervenção no país».

Falando de outros destaques da actualidade e voltando ao Última Hora, «Bubo Na Tchuto quer envolvimento da Sociedade Civil na mediação da sua situação», faz título. O jornal cita uma fonte da Sociedade Civil, que diz que o Contra-almirante, refugiado na sede das Nações Unidas, em Bissau, manteve contacto com os responsáveis do movimento, pedindo que estes sejam envolvidos, antes de ser tomada uma última decisão sobre a matéria. De acordo com a fonte citada pelo Última Hora, Na Tchutu garantiu taxativamente que não reconhece o acordo assinado entre o Governo e o sistema das Nações Unidas na Guiné-Bissau.

Lassana Cassamá


(c) PNN Portuguese News Network

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