quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Apoio português "essencial" para reestruturar PJ

Lisboa - O apoio de Portugal é fundamental para se conseguir reestruturar a Polícia Judiciária da Guiné-Bissau e torná-la mais eficaz na luta contra o narcotráfico transnacional que opera no país, realçou a directora-geral da instituição, em Lisboa.


Lucinda Barbosa, que veio a Portugal á convite do director nacional da Polícia Judiciária (PJ) portuguesa, Almeida Rodrigues, para "estreitar as relações em termos de cooperação" e "obter uma visão global da estrutura" da polícia de investigação criminal nacional, salienta que a reestruturação da PJ guineense é um "passo essencial" para ganhar a luta contra o narcotráfico.


"Neste momento, estamos a reestruturar a PJ com apoio de parceiros internacionais como Portugal. A PJ portuguesa e o Instituto de Apoio ao Desenvolvimento [IPAD], que garante o financiamento, são peças chave no desenvolvimento dessa cooperação", explicou.


"É de todo o nosso interesse continuar a ter o apoio a nível bilateral com Portugal para garantir que a PJ guineense tome um novo rumo e se torne também numa das referências em termos de cooperação", acrescentou Lucinda Barbosa, que terça feira visitou as instalações da PJ em Lisboa e durante a tarde reuniu com a direção do IPAD.


A efectivação da cooperação entre as duas polícias de investigação criminal, lembrou, iniciou-se em 2007, tendo começado pela realização de uma "reciclagem" dada pela PJ portuguesa "em matéria de formação criminal" aos agentes guineenses, que "há mais de 20 anos [desde a criação daquela polícia] nunca mais tiveram ocasião de ter formação em matéria de criminalidade".


Depois seguiram-se várias formações, incluindo a de técnicos especializados na recolha de vestígios nos locais de crime - dada em Portugal a seis elementos da PJ guineense em 2008 - e uma ajuda dos portugueses no recrutamento para reforçar o número de recursos humanos da PJ guineense, que "era muito insignificante".


"Já terminamos a fase de recrutamento e de formação, e neste momento estamos na fase da implementação dos agentes, inspectores e seguranças formados", precisou Lucinda Barbosa, explicando que actualmente a PJ "conta com 104 agentes, dos quais 47 ainda efectuam estágios práticos".


"Os restantes já estão inseridos nas brigadas onde exercem as suas respetivas funções", realçou, ressalvando, no entanto, que apenas falta um segundo grupo que estará em formação prática até Março, altura em que estes elementos também serão integrados nas brigadas.


Uma "formação cada vez mais específica em matéria de investigação criminal" para acompanhar a utilização de métodos cada vez mais complexos pelos traficantes e a "descentralização da PJ por todo o território" são as principais prioridades anunciadas pela responsável para eficazmente poder combater o narcotráfico na Guiné-Bissau.

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