A Guiné-Bissau pediu às Nações Unidas o alargamento da plataforma marítima para além das 200 milhas e afirma-se confiante numa resposta positiva, disse hoje o ministro dos Recursos Naturais, Daniel Gomes.
Em conferência de imprensa, Daniel Gomes anunciou que o pedido da Guiné-Bissau foi feito à margem da última Assembleia Geral das Nações Unidas realizada em setembro, em Nova Iorque, em concertação com outros cinco países africanos (Cabo Verde, Senegal, Gambia, Mauritânia e Serra Leoa).
De acordo com o ministro guineense, caso seja aceite a argumentação da Guiné-Bissau, o país vai ter "grandes ganhos", nomeadamente, mais zonas para prospeção do petróleo e para pesca.
A resposta ao pedido do alargamento da plataforma marítima da Guiné-Bissau e dos outros cinco países será conhecida dentro de quatro anos, mas, até lá, Daniel Gomes afirma que o país será chamado por peritos da ONU para apresentar os seus argumentos.
Para já, o governante está confiante "na tese da Guiné-Bissau", segundo a qual a sedimentação (fundo do mar) da zona reclamada é o prolongamento da parte continental do país.
O facto de a Guiné-Bissau ser constituída por uma zona continental e outra insular é para Daniel Gomes um ponto que poderá jogar a favor do país na apreciação da ONU.
"Temos quase a certeza que a Guiné-Bissau, dentro de três, quatro anos, vai ter uma outra configuração dos limites do seu território. Vendo a nossa configuração geológica a Guiné-Bissau está em vantagem em relação aos limites exteriores da plataforma continental", disse.
A petição depositada na sede da ONU foi apresentada em conjunto com os cinco países africanos, mas cada um preparou o seu dossiê, sendo que a documentação da Guiné-Bissau foi trabalhada por técnicos nacionais em colaboração com peritos noruegueses.
"Há quem diga que nem conseguimos controlar a nossa soberania além das 12 milhas. É verdade, hoje não estamos a conseguir, mas amanhã, daqui, a 100, 200 ou 500 anos, as novas gerações serão capazes de tecnicamente controlar essa parte do nosso território que estamos a propor às Nações Unidas", notou Daniel Gomes.
LUSA
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