terça-feira, 14 de outubro de 2014

Aberto oficialmente ano lectivo nas escolas públicas da Guiné-Bissau

Bissau - O Primeiro - ministro da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, presidiu ontem (segunda - feira) à abertura oficial do ano lectivo nas escolas públicas, anunciando uma série de reformas para a melhoria do sector de ensino.

PRIMEIRO - MINISTRO DA GUINÉ - BISSAU, DOMINGOS SIMÕES PEREIRA


O chefe do governo apelou à participação de todos, sindicatos, pais e encarregados de educação, alunos e parceiros, para a execução das reformas.

Domingos Simões Pereira afirmou que o Governo vai trabalhar para que todos os alunos possam ter uma peça de identificação pessoal e acesso a "pelo menos uma refeição quente diária".

"Um aluno com a barriga vazia não pode ter cabeça para assimilar a matéria", defendeu o chefe do Governo guineense, enfatizando o facto de muitas crianças irem para escola sem nada no estômago. 
O Primeiro-ministro disse também que não podem continuar a existir situações em que "milhares de alunos" só a partir dos liceus terem documentos de identificação civil por não serem registados à nascença. 

O chefe do executivo quer que os ministérios da Justiça e Educação coloquem em marcha um plano de registo móvel para a população em idade escolar, para que todos possam ter bilhete de identidade. 
A reintrodução de disciplinas da moral e ética no currículo escolar é outra das recomendações deixadas pelo Primeiro-ministro ao dirigir-se
à ministra da Educação, Odete Semedo, frisando que, no passado, essas matérias "eram a essência da sociedade".

Domingos Simões Pereira disse que o Governo vai "ter em conta uma boa dotação orçamental" para o setor da Educação, mas sublinhou que o sector nunca poderá estar no centro das atenções enquanto a paz e a estabilidade continuarem a ser a prioridade da ação governativa.

Citando as estatísticas do Ministério da Educação, que apontam para uma taxa de analfabetismo de 59% da população, o Primeiro - ministro guineense defendeu que o país só vai conseguir combater a pobreza se conseguir "mudar radicalmente esses dados".

Nesse sentido, Domingos Simões Pereira pediu a compreensão dos sindicatos para os problemas do sector e anunciou "abertura total" do Governo para o diálogo em busca de soluções para os vários problemas do setor do ensino público. 

A ministra da Educação, Odete Semedo, anunciou também as medidas já encetadas no sentido de trazer melhorias ao ano lectivo que espera venha a decorrer sem interrupções devido a greves de docentes, como aconteceu nos últimos anos por não receberem salários.

Devido à greve dos professores, nos últimos cinco anos as escolas públicas raras vezes abriram as portas em Outubro.

As aulas arrancaram quase sempre em Dezembro ou Janeiro.

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