quarta-feira, 2 de maio de 2012

Portugal envia emissário a Abidjan para debater situação na Guiné-Bissau

Autores do golpe militar rejeitam regresso ao país do Presidente interino Raimundo Pereira

Militares derrubaram o Governo da Guiné-Bissau a 12 de Abril

Portugal enviou um emissário diplomático a Abidjan, na Costa do Marfim, para se reunir com o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior e o Presidente da República interino da Guiné-Bissau, Raimundo Pereira, depostos a 12 de Abril por um golpe militar.

O envio do emissário diplomático foi confirmado pelo porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Miguel Guedes, e o encontro com os líderes depostos da Guiné-Bissau já decorreu. “A reunião do emissário diplomático português e as autoridades da Guiné-Bissau durou cerca de duas horas, foi útil e reflecte a persistência da linha do Governo português no retomar da ordem constitucional e na conclusão do processo eleitoral que foi interrompido no país” disse à agência Lusa o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
“Os dois estão bem de saúde e durante a reunião foi feito o balanço do que se passou na Guiné-Bissau nas últimas semanas”, afirmou Miguel Guedes sublinhando que para Portugal é fundamental que as autoridades guineenses devem ter condições para desempenhar funções no país.


“O Governo português considera que as autoridades legítimas da Guiné-Bissau devem ser livres dentro do seu próprio país e não no exterior. Ficou provado que a pressão internacional foi fundamental para a defesa da integridade física do primeiro-ministro e do Presidente da República interino nas últimas semanas”, disse ainda o porta-voz do MNE que admite que se possam verificar ainda mais reuniões entre as autoridades da Guiné-Bissau que se encontram em Abidjan e o emissário diplomático de Portugal.


O Presidente da República interino da Guiné-Bissau, Raimundo Pereira, e o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, derrubados por um golpe militar em 12 de Abril, chegaram na noite de sexta-feira à capital da Costa do Marfim.


A libertação dos dois dirigentes guineenses pelo Comando Militar, designação do grupo que os derrubou, ocorreu a 48 horas do fim do ultimato dado pelos chefes de Estado da África Ocidental aos golpistas.


A Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) aprovou nesta segunda-feira sanções contra os golpistas por não terem sido aceites exigências dos países da África Ocidental – que tinha exigido um período de transição de um ano até às eleições e a reposição da ordem constitucional. Nesta terça-feira os golpistas adiantaram que aceitam todas as condições com excepção do regresso do Presidente interino Raimundo Pereira.

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