O ex-chefe das Forças Armadas da Guiné-Bissau, almirante Zamora Induta, e dois responsáveis da administração deposta pelo golpe militar de 12 de abril foram detidos hoje em Banjul, revelaram fontes oficiais do Governo da Gâmbia.
"José Zamora Induta, Desejado da Costa (presidente da comissão eleitoral) e Fernando Gomes (ministro do Interior) chegaram à Gâmbia na manhã de sábado. Foram detidos por razões de segurança e estão prestes a ser ouvidos", disse Ensa Jawara, porta-voz do Ministério da Imigração da Gâmbia, citado pela agência France Press.
Zamora Induta, Desejado Lima da Costa e Fernando Gomes deixaram a Guiné-Bissau na quinta-feira e passaram pelo Senegal com destino à Gâmbia. Os três estavam refugiados na delegação da União Europeia, em Bissau.
O ex-chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau pediu refúgio na delegação da União Europeia a 21 de março passado. Três dias antes tinha sido morto a tiro Samba Djaló, ex-chefe das informações militares do país, quando Zamora Induta chefiava as Forças Armadas.
Fernando Gomes e Desejado Lima da Costa estavam refugiados no mesmo local na sequência do golpe de Estado de 12 de abril, quando os militares tomaram o poder na Guiné-Bissau, segundo a AFP.
A Guiné-Bissau foi alvo de um golpe de Estado a 12 de abril, numa altura em que o país preparava a segunda volta das eleições presidenciais, que levou ao afastamento do Presidente da República interino, Raimundo Pereira, e do primeiro-ministro e candidato presidencial, Carlos Gomes Júnior, que se encontram atualmente em Portugal.
Na sequência do golpe, foi nomeado com o apoio da Comunidade Económica de Estados das África Ocidental (CEDEAO) um Governo de transição, que deverá promover a realização de eleições no prazo de um ano mas não é reconhecido pela restante comunidade internacional, nomeadamente pelos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
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