Dakar, (LusA) -- Moçambique e Cabo Verde estão entre os Estados africanos mais empenhados em investir no bem-estar infantil, mas Guiné-Bissau e Angola estão entre os "menos comprometidos", concluiu um estudo independente hoje divulgado.
O relatório, intitulado "A orçamentação para as crianças em África: a retórica, a realidade e os instrumentos", foi realizado pelo African Child Policy Forum (ACPF), um centro independente de investigação.
A ACPF estudou "o comportamento de 52 governos africanos entre 2006 e 2008" e estabeleceu um método de classificação "tendo em conta as suas despesas nos setores chave que afetam o bem-estar infantil: saúde, educação, proteção social e desenvolvimento pré-infantil", bem como as suas despesas militares.
De acordo com o relatório, publicado por ocasião do Dia de África e marcando a criação da Organização da União Africana, a 25 de maio de 1963, os governos do continente "faltam aos seus compromissos orçamentais em investir" em prol das crianças.
Por exemplo, os Estados africanos comprometeram-se a consignar 15 por cento das suas despesas públicas à saúde mas, em 2008, esta proporção oscilava entre os quatro e os seis por cento dos orçamentos nacionais.
"Os governos da Tanzânia, de Moçambique e do Níger são os mais comprometidos no plano de utilização do montante máximo de recursos disponíveis para o bem-estar das crianças", reconhece o estudo, destacando também pela positiva o Gabão, o Senegal, a Tunísia, as Seychelles, a Argélia, Cabo Verde e a África do Sul.
No entanto, "a Tanzânia surge no topo por várias razões, incluindo [o facto de] gastar uma parte importante dos seus recursos na saúde" e a diminuição das despesas militares, já fracas, explica o relatório.
Por outro lado, os países considerados como os "menos comprometidos" com a causa infantil são a Guiné-Bissau, a Eritreia, o Burundi, a República Democrática do Congo, os Camarões, a Serra Leoa, Angola, República Centro Africana e o Sudão.
ND.
Lusa/fim
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